Depois de ter ameaçado não transmitir o Mundial de futebol feminino em França, Alemanha, Itália, Espanha e Reino Unido, a FIFA desbloqueou a situação juntamente com a European Broadcasting Union.
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No início de maio, Gianni Infantino, presidente da FIFA, deixava o alerta: "Se as ofertas continuarem a não ser justas, seremos forçados a não transmitir a competição para os países europeus das 'big five'". Em causa estavam os direitos de transmissão dos jogos do Campeonato do Mundo de futebol feminino, que se disputa entre 20 de julho e 20 de agosto na Austrália e na Nova Zelândia.
A enorme diferença horária entre o continente europeu e a Oceânia, que levará a que muitas partidas se disputem durante a madrugada na Europa, era um dos principais motivos para que as empresas de media não olhassem para a competição com maior interesse, mas o impasse chegou ao fim.
A FIFA anunciou um acordo com a European Broadcasting Union (EBU) com vista a que o Mundial 2023 de futebol feminino seja transmitido em 34 países europeus, concluindo uma negociação que se estendia desde o passado mês de maio.
Aliás, poucos dias após ter ameaçado não transmitir a prova em França, Alemanha, Itália, Espanha e Reino Unido, o mesmo Gianni Infantino já se mostrava mais confiante numa solução benéfica para todas as partes. "Algumas discussões ocorreram, ou começaram, devo dizer, a um nível um pouco diferente. As coisas estão em andamento", disse, na altura.
Depois de, em outubro de 2022, a FIFA e a EBU terem acordado que o Mundial feminino seria transmitido gratuitamente em 28 países europeus, foi finalmente possível acrescentar os principais mercados europeus de transmissão a essa lista, que também conta com a Ucrânia. Segundo o organismo que tutela o futebol a nível global, os direitos incluem a transmissão em formato televisivo, digital e pela rádio.
"A FIFA tem o prazer de incluir os cinco principais mercados, ou seja França, Alemanha, Itália, Espanha e Reino Unido, bem como a Ucrânia, no acordo com a European Broadcasting Union para a transmissão do próximo Campeonato do Mundo feminino, garantindo assim uma maior exposição para o torneio", congratulou-se Gianni Infantino, em declarações reproduzidas pelo sítio oficial da instituição.
Pela EBU, o seu diretor-geral, Noel Curran, mostrou-se "muito satisfeito por garantir os direitos em nome das maiores emissoras de serviço público da Europa", sublinhando que o organismo que representa encara "o futebol feminino como central para a estratégia de conteúdo e um dos pilares de uma nova plataforma digital" que espera lançar no próximo ano.
"O Mundial feminino é um dos eventos desportivos mais emocionantes e de crescimento mais rápido. Estamos comprometidos em trabalhar lado a lado com a FIFA para garantir que o futebol feminino seja apreciado pelo maior número possível de pessoas em todo o continente", acrescentou.
Para Portugal, o próximo Campeonato do Mundo constitui um momento histórico, uma vez que, pela primeira vez, ele contará com a participação da seleção nacional. A equipa das 'quinas' integra o grupo E, juntamente com Estados Unidos da América, Países Baixos e Vietname.