A morte de Pelé, aos 82 anos, deixou o mundo do futebol de luto. As reações à perda do "Rei" da bola acumulam-se e chegam dos quatro cantos do mundo, à imagem de um craque à escala global.
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Dono de um registo ímpar, que sobreviveu ao passar do tempo, o mito de Pelé, alimentado por um restrito conjunto de imagens captadas numa era que contrasta com o imediatismo da atual geração, apenas ajudou a fazer crescer um legado eterno.
As reações à morte de Pelé não tardaram. No Twitter, os dois clubes que Pelé representou ao longo da carreira, Santos e New York Cosmos, classificaram-no como "eterno" e "lendário". O Palmeiras, atual campeão brasileiro, lembra que Pelé "continuará vivo para sempre nas lembranças e nos corações de todas as pessoas que amam o futebol".
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Os treinadores de futebol portugueses a trabalhar no Brasil também lamentaram a morte de Pelé. O técnico Abel Ferreira, campeão ao serviço do Palmeiras, considerou Pelé como um "filho do Brasil", que será "eterno".
Já Vítor Pereira, que trocou o Corinthians pelo Flamengo, lembrou que "uma lenda que nunca será esquecida" e Luís Castro, treinador do Botafogo, partilhou uma imagem do seu clube nas redes sociais, considerando Pelé como "eterno".
Por cá, o Sporting salientou que Pelé "espalhou magia dentro das quatro linhas e nunca será esquecido pelo mundo do futebol", o Benfica deixou um sentido "até sempre" e o F. C. Porto sublinhou que "as lendas são imortais".
Já a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) lembrou "um génio puro" e "ícone do desporto mundial", a Liga Portugal assinalou que "os reis são eternos" e Paulo Futre partilhou uma fotografia em que cumprimenta o "Rei".
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Por seu turno, Humberto Coelho, vice-presidente da FPF que defrontou Pelé por duas vezes, põe o malogrado futebolista brasileiro "naquele patamar restrito dos jogadores predestinados, no qual coloco Maradona, Cruyff, Eusébio, Ronaldo 'Fenómeno', Messi e Cristiano Ronaldo", revelou à Agência Lusa. Já o antigo internacional português António Simões desabafou: "Faleceu aquele a que eu chamo o Rei dos Reis".
Campeão do Mundo ao lado de Pelé em 1970, Roberto Rivellino não tem dúvidas: "O teu lugar é ao lado de Deus. Meu 'Rei' eterno, descansa em paz". Outra glória do futebol brasileiro, Mário Zagallo, companheiro de equipa do "Rei" nos Mundiais de 1958 e 1962 e seu selecionador no título mundial de 1970, vê em Pelé "a pessoa que fez a '10' a camisola mais respeitada".
Ednaldo Rodrigues, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), mostrou-se "profundamente emocionado com a partida do Pelé" e garantiu que "a CBF fará todas as homenagens possíveis ao maior atleta de todos os tempos". Por sua vez, o Comité Olímpico do Brasil recordou que "muito do que somos hoje devemos a Edson Arantes do Nascimento". Thomas Bach, presidente do Comité Olímpico Internacional, salientou que "com a morte de Pelé, o mundo perde um grande ídolo do desporto".
No Twitter, Carlos Queiroz considerou que "Pelé está agora no seu divino trono, onde reinará eternamente com Eusébio, Maradona e Cruyff a seu lado". "Após esta dinastia de reis, o futebol continua no seu esplendor a dar lugar a uma nova dinastia de príncipes", completou o antigo selecionador nacional, que orientou o Irão no último Mundial.
O antigo presidente da FIFA, Joseph Blatter, vê o "mundo de luto pelo maior futebolista da história e uma pessoa fabulosa", e Michel Platini, ex-líder da UEFA revelou: "Estou muito, muito emocionado. Era parte da minha vida, da minha história. Era o Pelé, parte dos meus sonhos".
O presidente da UEFA, Aleksander Ceferin, lamentou a morte da "primeira superestrela global do futebol". "Foi um pioneiro no crescimento da modalidade até ser o desporto mais popular do mundo", notou o dirigente, citado em comunicado do organismo de cúpula do futebol europeu.
O antigo internacional alemão, Franz Beckenbauer, sente que "o futebol perdeu o maior da sua história", Iker Casillas, antigo guarda-redes do F. C. Porto e da seleção espanhola, lamenta que tenha desaparecido "um mito do desporto, admirado e querido", e Gianluigi Buffon, guarda-redes italiano, lembrou que "com o teu talento, fizeste o mundo apaixonar-se pelo desporto", referindo-se a Pelé.
Erling Haaland, goleador norueguês do Manchester City, assinalou que "tudo que alguém vir um jogador fazer, Pelé fez primeiro". Para Kylian Mbappé, internacional francês que atua no PSG, "o rei do futebol partiu, mas o seu legado nunca será esquecido".
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Ainda em França, o jogo entre o Marselha e o Toulouse, a contar para a 16.ª jornada da Liga francesa, foi antecedido por uma sentida homenagem ao "Rei" Pelé.
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Em Itália, o Nápoles, clube onde brilhou outro dos génios do futebol, o argentino Diego Maradona, publicou uma imagem que junta os dois craques, já falecidos.
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O Arsenal recordou a passagem de Pelé pelo antigo Highbury Park, em 1981. "Uma memória que sempre apreciaremos", escreveram os "gunners".
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Também Mano Menezes, que orientou o Brasil no Mundial do Catar, se manifestou neste momento de dor: "O futebol brasileiro só passou a ser respeitado e admirado em cada canto deste planeta porque existiu Pelé. O que nos conforta é saber que lendas como ele jamais morrem, porque elas seguem vivas dentro do coração de todos aqueles que amam verdadeiramente o futebol".
Os internacionais brasileiros também não demoraram a reagir. Antony vê no "Rei, a inspiração, o exemplo, o único, o Eterno", enquanto o ex-F. C. Porto Casemiro lembrou o que "seu legado é eterno". Já Éder Militão, que também jogou pelos dragões, considera que este "é um dia triste para o futebol mundial", e Vinícius Jr, seu companheiro no Real Madrid, confessou a admiração pelo antigo craque: "Te amo, Rei".
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Romário, em tempos desavindo com Pelé, vincou que "o Brasil dá o adeus a um de seus filhos mais ilustres: Pelé, o rei do futebol", enquanto Cafú diz ter perdido "um irmão". "Ele apenas deixou o mundo das coisas que têm fim e foi para o mundo das coisas que não têm fim. Até um dia, Pelé", acrescentou o antigo capitão da "Canarinha".
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Por seu turno, Rivaldo manifestou o "orgulho em ter jogado duas Copas do Mundo com o número 10, que foi consagrado por ele", o Rei Pelé.
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A influência de Pelé nos desportistas transcende as fronteiras do futebol. O basquetebolista espanhol Pau Gasol foi dos primeiros a deixar a sua homenagem ao antigo futebolista, e o tenista Rafael Nadal sente que este é "um dia triste para o mundo do desporto". Também Usain Bolt, antigo velocista, campeão olímpico e recordista mundial dos 100 e dos 200 metros, deixou uma mensagem de homenagem a Pelé: "Uma lenda do desporto. Descansa em paz, Rei Pelé".
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Pelé impactou várias áreas da sociedade. A cultura não foi exceção, com o músico Caetano Veloso a falar num "dia triste para o Brasil". O ator Sylvester Stallone, que com Pelé protagonizou o filme "Fuga para a Vitória", escreveu: "Pelé, o Maior.
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Na política, a antiga presidente do Brasil, Dilma Rousseff, agradeceu "alegrias que (Pelé) deu ao povo brasileiro e aos povos do mundo", enquanto a futura ministra do Desporto do Governo de Lula da Silva, Ana Moser, escreveu: "Edson Arantes do Nascimento partiu, Pelé é eterno e continuará alegrando as novas gerações com seus golos".
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O antigo presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso recordou Pelé, que foi seu ministro do Desporto entre 1995 e 1998, como um "incontestável símbolo" e "motivo de orgulho" para o Brasil. "Além de ter sido consagrado como uma lenda do desporto mundial, Pelé foi homem público exemplar, leal a seus princípios, valores e ao nosso país. Perdemos todos com sua partida", considerou.
Nem a NASA (Agência Espacial Norte-Americana) passou ao lado da morte "do lendário Pelé, conhecido por muitos como o rei do jogo bonito". "Esta imagem de uma galáxia espiral, na constelação Sculptor, mostra as cores do Brasil".
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