Mykhailo Romanchuk ficou com o bronze nos 800 metros livres no Mundial de natação. Sobre nadador russo que marcou presença em parada a favor da guerra , confessou: "Estava capaz de o matar".
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O nadador ucraniano Mykhailo Romanchuk, que nos Jogos Olímpicos de Tóquio tinha conquistado uma medalha de prata e outra de bronze, já conquistou nos Mundiais de Budapeste, que começaram no dia 17 e que decorrem até 3 de julho, uma medalha de bronze nos 800 metros livres, enquanto o seu país vive uma guerra. O pai do atleta, aliás, é um dos milhares de ucranianos que luta contra a invasão russa e Romanchuk revelou que tem medo de contactar o pai.
"Não se pode contactar à rede porque os russos conseguem gravar tudo", explicou o nadador. "Mesmo assim ele envia-me uma mensagem todas as manhãs a dizer que está bem", acrescentou.
Romanchuk, que ainda competirá nos 1500 metros livres e nos 5 mil metros e 10 mil metros na disciplina de águas abertas, revelou que ponderou ficar na Ucrânia e combater, falhando os Mundiais, quando a guerra despoletou, em fevereiro. "A minha intenção era ir para a guerra e defender a minha casa", contou, mas uma conversa com a mulher demoveu-o. "Decidimos que não conseguia fazer nada com uma arma. Para mim é melhor continuar a treinar, é o que sei fazer melhor", acrescentou.
Os atletas russos e bielorrussos foram impedidos de participar no Campeonato do Mundo e o atleta ucraniano diz que poderia ter-se tornado agressivo com Evgeny Rylov, campeão olímpico que marcou presença numa manifestação a favor da guerra. "A minha reação poderia ser agressiva, não sei. Dentro de mim, estava capaz de o matar. Antes ele era um bom amigo, mas tudo mudou", explicou Romanchuk.
Por fim, o nadador mostrou-se muito orgulhoso por ser ucraniano e pelo povo que representa. "Estou muito orgulhoso de todas as pessoas na Ucrânia. Estou orgulhoso do povo, do governo, do presidente. Estou muito feliz por ser ucraniano", concluiu.