O adeus estava anunciado para a Final 8 da Taça Davis, em casa, (Málaga), se possível com mais título, mas Rafael Nadal acabou por se despedir esta terça-feira dos "courts" com uma derrota, já que a Espanha seria depois eliminada ao perder com os Países Baixos, por 2-1.
Corpo do artigo
O duelo entre os espanhóis e os neerlandeses começou precisamente com a derrota de Nadal, que já não competia desde os Jogos Olímpicos de Paris e que sofrera o último desaire no maior torneio mundial de seleções em… 2004. O espanhol, de 38 anos, foi batido pelo neerlandês Botic van de Zandschulp, 80.º jogador mundial, que se impôs por duplo 6-4.
No segundo jogo de singulares entrou em cena Carlos Alcaraz. Uma derrota contra Tallon Griekspoor e estava confirmado o adeus de "Rafa". Depois de um renhido primeiro "set", decidido a favor do espanhol de forma clara (7-0) no "tie-break", Carlitos adiou todas as decisões para o duelo de pares ao vencer o segundo parcial por 6-3.
Cerca de hora e meia depois, Alcaraz, de 21 anos, voltou ao "court" na companhia de Marcel Granollers, cientes de que só a vitória impediria o fim imediato da carreira de Nadal. E assistiu-se a duas enormes batalhas, ambas decididas apenas no "tie-break" (7-4 e 7-5 no dois jogos de desempate), mas a favor dos neerlandeses Wesley Koolhol e Botic van de Zandschulp. Ponto final para Nadal, que certamente gostaria de ter dito adeus ao ténis de outra forma, ainda para mais quando jogava diante dos seus compatriotas.
"Sabia que podia ser o meu último encontro como profissional, e as emoções foram difíceis de gerir. Não tive a capacidade de ler o jogo suficientemente rápido para sentir-me no comando", admitiu Nadal, após a derrota frente a Botic van de Zandschulp.
"Os pontos passaram muito rápido e não tive tempo para pensar. Quando passas tanto tempo fora de competição, tudo se decide em pequenos detalhes. Já não tenho os automatismos dos jogadores que estão no circuito. Hoje, não tive a agilidade mental para tomar decisões sem pensar", assumiu.
Eleito por David Ferrer para iniciar o duelo dos quartos de final diante dos Países Baixos, Nadal garantiu não ter pressionado o selecionador para colocá-lo a jogar singulares. "Foi decidido que eu iria jogar e sabíamos que havia um risco. Não consegui ganhar o ponto, mas não posso lamentar, porque é assim o desporto. Tentei, como tentei sempre. Não posso controlar o nível que tenho", adiantou em conferência de imprensa, acrescentando de forma sincera: "Se fosse o capitão [David Ferrer], não me colocaria a jogar num próximo encontro [de singulares]. Dado o meu nível [hoje], não me escolheria, mas isso não quer dizer que não tenha vontade de jogar. Talvez hoje tenha sido o meu último encontro de singulares". E foi mesmo.
Para a história ficam os 92 títulos conquistados ao longo de uma carreira ímpar, dos quais 22 Grand Slams, 14 deles em Roland Garros (França), o que faz dele o rei absoluto da terra batida. É o único tenista a ter vencido pelo menos um Grand Slam durante dez anos consecutivos.