O presidente da Bielorússia, Alexandr Lukashenko, viu ser-lhe negada, pelo Comité Organizador dos Jogos Olímpicos de Londres, a acreditação para poder assistir presencialmente à cerimónia de abertura do evento, na sexta-feira, enquanto presidente do comité olímpico do seu país.
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A notícia foi divulgada pelo chefe da missão russa nos Jogos, Alexandr Zhúkov, que postou um comentário na sua conta do Twitter. "O comité organizador dos Jogos Olímpicos de Londres negou a acreditação ao presidente do Comité Olímpico Nacional da Bielorrússia, Alexandr Lukashenko. E o que fazemos com as tradições e os valores olímpicos? Até os estudantes sabem que na antiga Grécia se estabelecia uma trégua para os Jogos", escreveu Zhúkov.
No dia em que marcou presença na Feira Eslava, na cidade bielorussa de Vitebsk, o presidente bielorusso já tinha aproveitado a ocasião para dizer que "as olimpíadas estão muito atrás da nossa Feira em muitos aspetos. Estão politizadas e têm muitos problemas. A Feira Eslava é uma ilha de livre pensamento, independência, da qual há muito que aprender".
Também noutra aparição pública, Alexandr Lukashenko fez comentários negativos contra o maior evento do desporto mundial. Na altura o presidente disse que os Jogos Olímpicos "não são desporto, mas sim política, política suja".
No entanto, ainda que a nega à presença de Alexandr Lukshenko tenha sido enquanto presidente do Comité Olímpico do seu país, as sanções europeias impedem Lukashenko de viajar enquanto presidente da Bielorússia. Tal também acontece com Bashar al-Assad, presidente sírio, e Robert Mugabe, presidente do Zimbabwe.
Alexandr Lukashenko foi considerado por Condoleeza Rice, ex-secretária de estado norte-americana, o "último ditador da Europa".
Nesta edição dos Jogos Olímpicos, está previsto um "recorde olímpico" de chefes de estado e de governo na cerimónia de abertura do evento. Para além das já confirmadas Angela Merkel, chanceler alemã, e Dilma Roussef, presidente brasileira, vão estar presentes figuras consideradas "incómodas" pela sua atuação em matéria de direitos humanos. É o caso do presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, e o líder do Bahrein, Nasser bin Hamad al-Khalifa.