Novo clube em Santa Maria da Feira para dar oportunidades aos "filhos da terra"
Numa altura em que Feirense e SAD estão desavindos, nasce em Santa Maria da Feira o Clube Desportivo Feirense 1918, um projeto “não concorrencial” e que pretende dar oportunidades aos “filhos da terra” para poderem praticar futebol, assegura o seu mentor, Miguel Bernardes.
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Há um novo clube em Santa Maria da Feira, ainda que mantendo muitos dos ideais que norteiam o centenário Feirense desde a sua fundação. Criado para se tornar no “clube da terra”, o Clube Desportivo Feirense 1918 pretende suprir o “hiato de mercado entre os futebolistas que são profissionais e os outros todos, que são muitos, que não têm um clube na cidade para os absorver”.
A explicação é dada pelo empresário local Miguel Bernardes, mentor de um projeto que “não é concorrencial” ao Feirense, antes “um clube de transição” assim que termina o período de formação dos jovens.
A ideia vinha sendo trabalhada nos últimos meses, depois de os responsáveis pelo Clube Desportivo Feirense 1918 terem percebido que “alguns miúdos que saíram dos juniores (do Feirense) não tinham clube” para continuar a jogar e que “23 miúdos dos sub-17 tinham saído do Feirense” na última época.
No dia de aniversário do Feirense, em 18 de março, ficou decidido avançar com um projeto que pretende proporcionar oportunidades aos “filhos da terra” e que tem algumas caraterísticas muito próprias. “Os treinadores têm de ser ex-jogadores ou antigos treinadores do Feirense e os jogadores têm de ter jogado cá. Se não jogaram cá, jogou o pai ou o avô. Têm de ter algum ADN do Feirense. Queremos um clube que nos identifique”, explica Miguel Bernardes.
O Clube Desportivo Feirense 1918 já está inscrito na Associação de Futebol de Aveiro e vai disputar a próxima edição da 2.ª Divisão Distrital, sob o comando do treinador Carlos Santos, “que jogou 12 anos no Feirense, o pai foi diretor durante 15 anos e o filho também ali jogou”, contextualiza Miguel Bernardes.
Com um estádio garantido para poder treinar e disputar os seus jogos, o clube apresentou, ontem, um pedido à direção do Feirense para poder utilizar o Complexo Desportivo Rodrigo Nunes e o Estádio Marcolino Castro nos treinos e nos jogos, “mediante o pagamento de um valor”.
“Ainda não temos resposta, mas a ideia é complementar a formação do Feirense e que os meninos saibam que podem jogar aqui sempre”, diz Miguel Bernardes, que pede ainda que “SAD e Feirense se entendam rapidamente”, desavença que tem levado a equipa profissional, que compete na Liga 2, a treinar e a disputar os seus jogos em casa emprestada.
O símbolo do Clube Desportivo Feirense 1918 é idêntico ao do Feirense, “com quatro sinais distintos, 1918”, sendo intenção dos seus responsáveis criar, pelo menos, o escalão de sub-19 na próxima temporada. “A partir daí, teremos de perceber se existe mercado não concorrencial com quem já está” para se alargar a oferta, completa Miguel Bernardes.