Nuno Borges e Francisco Cabral avançaram para a segunda ronda de pares do torneio olímpico de ténis de Paris2024, ao derrotaram os gregos Petros e Stefanos Tsitsipas, com reviravolta no marcador.
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Horas depois de caírem em singulares, os portugueses voltaram ao court no complexo de Roland Garros e venceram os irmãos gregos, pelos parciais de 3-6, 6-3 e 12-10, em uma hora e 17 minutos.
Nuno Borges e Francisco Cabral assumiram que acreditarem até ao fim frente aos gregos Petros e Stefanos Tsitsipas, o que lhes permitiu seguir em frente no torneio de pares dos Jogos Olímpicos Paris2024.
Francisco Cabral elogiou "a capacidade de dar a volta e vir com uma grande atitude para os pares" de Borges. "Acho que foi isso [a garra] que também nos ajudou, mesmo não começando da melhor maneira, também muito por mérito dos adversários que entraram a todo o gás, principalmente o irmão mais novo do Stefanos, que surpreendeu pelo nível que apresentou no início. Mas acreditámos no nosso nível até o fim, continuámos à procura daquilo que tínhamos definido e acabámos de conseguir dar a volta e ter uma grande vitória", disse o portuense.
No decisivo "match tie-break", a dupla portuguesa dispôs de quatro pontos de encontro, com um deles a ser desperdiçado por Nuno Borges com um dupla falta, prontamente corrigida com uma excelente direita no penúltimo ponto do encontro.
"Não foi nada fácil voltar a meter a cabeça depois daquilo, mas felizmente também tive a troca de campo para ter mais alguns segundos para me repor. E sim, isto acontece todos os dias. Se formos a ver, só fiz o meu trabalho de voltar a atacar a bola seguinte da mesma maneira, como se fosse o início ou o fim do jogo, não interessa. E, pronto, felizmente consegui fazer a diferença num ou outro ponto, da mesma maneira que depois fiz uma ou outra asneira também", disse Borges.
Num court 13 lotado, com muitos portugueses a assistir, entre os quais o presidente do Comité Olímpico de Portugal, José Manuel Constantino, o público também foi empurrando os lusos para o triunfo.
"O público foi incrível, foi incansável e sem dúvida que teve um fator preponderante na nossa reviravolta. Começámos também a jogar um bocadinho mais com o público, sabíamos que estávamos em maior número, isso também nos ajudou", assumiu Cabral.
Jogar em Roland Garros também ajuda, uma vez que os dois já conhecem o espaço, com Cabral a dizer que é importante "tentar tornar este torneio, apesar de ser o maior evento de desporto do mundo, o mais normal possível", algo que pode "ajudar a tranquilizar um bocadinho e tirar um bocadinho de pressão dos ombros".
Nuno Borges referiu que este é um torneio "muito exclusivo, de quatro em quatro anos" e que agora quer "tentar desfrutar da vitória de hoje e relaxar um bocadinho", para depois se "tentar ambientar o máximo às condições".
"Acho que foi isso que faltou um bocadinho [nos singulares]. E se calhar, o fator chuva também não ajudou nos últimos dois dias a se calhar poder jogar mais uns pontos e sentir-me um bocadinho mais habituado. De certa maneira, o singular ajudou-me para estar melhor para o par e tive muito melhores sensações no par, mas claro é um jogo totalmente diferente", disse.
Nuno Borges e Francisco Cabral já igualaram o melhor resultado de sempre de uma dupla portuguesa em Jogos Olímpicos, repetindo o que João Sousa e Gastão Elias tinham feito no Rio2016.
"No ténis vai logo tudo embora depois do primeiro e segundo dia, na primeira ronda. O ténis é muito ingrato nesse aspeto, portanto, às vezes a primeira ronda já é um grande feito e dou muito valor a esta vitória e agora continuamos a sonhar", disse o maiato.
Na próxima ronda, os lusos de 27 anos, a estrear-se em Jogos Olímpicos, vão ter pela frente os vencedores do encontro entre os alemães Jan-Lennard Struff, que hoje derrotou Cabral em singulares, e Dominik Koepfer, e os croatas Nikola Mektic e Mate Pavic, sétimos cabeças de série.