Nuno Correia, diretor geral do Lourosa, fala da época de sucesso. Prioridade passa por consolidar o clube no futebol profissional. Planos para a Liga 2 ficam definidos nas próximas semanas.
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Um ponto é tudo o que falta ao Lusitânia para garantir o título de campeão da Liga 3, depois de garantida uma subida histórica à Liga 2. A festa ficou para trás, como disse Nuno Correia, diretor geral do clube, ao JN. O responsável do futebol lusitanista é um dos rostos do sucesso, tendo criado uma ligação umbilical com o presidente Hugo Mendes, estrutura e adeptos. Aos 40 anos, já apresenta no currículo a subida ao Campeonato de Portugal e ascensão à Liga 2, procurando hoje a cereja no bolo com a conquista do campeonato.
Com a subida garantida à Liga 2, que planos existem?
Ainda estamos a desfrutar disto, porque estamos a falar de uma subida histórica a uma competição profissional. Vamos falando do futuro, mas ainda não paramos para fazer um balanço e analisar o que se vai fazer na próxima temporada. Em termos de infraestruturas é certo que vamos ter de fazer obras no nosso estádio, porque não reúne as condições necessárias. Também vamos ter de melhorar os nossos recursos humanos. São as chamadas dores de crescimento, que são boas e necessárias.
Vão ser obrigados a elevar ainda mais o nível, em termos de plantel…
Ainda é cedo, está tudo muito fresco. Estamos mais focados em vencer o próximo jogo, porque precisamos de um ponto para sermos campeões e a equipa está toda focada nisso. Festejamos um momento único, mas que já passou. Agora estamos focados em ganhar o próximo jogo para levantar o caneco e marcarmos um momento histórico. Depois vamos ter tempo de pensar no futuro.
Quando é que sentiu que a equipa tinha dado um passo decisivo para subir?
Começamos a subir no ano passado, quando perdemos o play-off com o Feirense. Aprendemos muito com isso e crescemos, porque chegamos a ter tudo na mão e deixamos voar o pássaro. Esta época não começamos bem, tivemos de reformular bastante o plantel, não por nossa vontade, mas por causa do mercado, que levou à saída de vários jogadores. Passamos por uma onda de lesões que também não nos ajudou no início da época. Mas o ponto de viragem foi a nossa vitória em Fafe e a seguir no Braga B, ambas obtidas em jogos fora de casa, que marcaram o nosso percurso.
Que significado tem este feito?
Para a cidade é um momento único. O Lourosa já tinha estado na 2.ª Divisão, mas nunca numa divisão profissional, o que por si só já é único. Depois é importante que se diga que é uma prenda muito grande para o nosso presidente que vem fazendo um trabalho incrível há oito anos. Toda a estrutura, presidente, diretor desportivo, tem feito um trabalho tremendo e eu sou um felizardo por fazer parte disto há três anos. Mas é de sublinhar que havia uma grande vontade do presidente em alcançar isto e agora é o concretizar desse desejo e uma alegria imensa ver as pessoas felizes na rua.
Com o trabalho que estão a fazer, correm o risco de voltar a ter jogadores muito cobiçados. Vão ter capacidade financeira para os segurar?
A política deste clube é que só ficará no Lourosa quem quiser ficar. Não estamos preocupados. Primeiro o jogador terá de mostrar que quer ficar e depois virá a questão orçamental.
Mas já se sabe que a subida vai exigir mais investimento ainda…
É verdade, mas também vamos ter outras receitas, televisivas, apoios da UEFA, apostas, etc… pelo que também entrará dinheiro que não entrava. Sabemos que a Liga 2 é extremamente competitiva, do meu ponto de vista divide-se em duas partes, entre os que lutam para subir e que lutam para não descer. A linha que separa estas duas metades é muito ténue e tanto eu como o Ricardo Ramos, que é o nosso diretor desportivo, teremos de ir ao pormenor na vertente desportiva, que é a nossa área e que dominamos bem. Mas esta época temos dois bons exemplos entre as equipas que subiram: o Alverca está na luta para subir à Liga e o Felgueiras acabou por fazer uma época tranquila. O que quer dizer que quem sobe da Liga 3 está minimamente preparado para estar na Liga 2.
A Liga 2 será o topo das ambições do Lourosa, ou os adeptos ainda podem esperar mais do que isso?
O Lourosa nunca esteve numa liga profissional e, como é óbvio, o primeiro passo será consolidar a equipa no futebol profissional. A curto ou médio prazo, poderemos pensar em outros voos. Mas antes disso, como digo, o clube terá de se adaptar a muita coisa diferente. Depois, não escondemos e o presidente já o disse, o grande sonho passa por levar o clube à Liga. Não interessa fazer tudo depressa, mas chegar lá.