João Loureiro, o presidente do título, recorda ao JN as emoções de um feito histórico do futebol português
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Faz esta terça-feira 20 anos que o 18 de maio deixou de ser só mais um dia na história do Boavista. E do futebol português. Naquela sexta-feira de 2001, os campeões deixaram de ser quatro, com a pantera mais astuta e mais robusta de sempre a impor-se aos grandes e a colocar-se ao lado de Benfica, F. C. Porto, Sporting e Belenenses. Um feito ainda inédito, que promoveu ao pedestal do Bessa uma série de nomes desde aí indissociáveis da história do Boavista que foi Boavistão.
Ricardo, Litos, Pedro Emanuel, Petit, Martelinho, Elpídio Silva, Rui Óscar, Erivan, Duda, Quevedo, Erwin Sánchez, Rui Bento... Não sabiam, mas seriam nomes de heróis improváveis, depois de moldados por Jaime Pacheco, agora treinador do Zamalek (Egito), o mentor que, para além desse título, ainda levou o xadrez a grandes noites europeias. Por detrás de tudo, João Loureiro, o presidente que deu ainda mais sentido ao trabalho do pai Valentim.
"O Boavista não foi campeão por acaso, vinha de um percurso de bastante sucesso. Ainda no tempo do meu pai. Em quatro anos, fomos uma vez campeão e duas vezes vice-campeões", salienta João Loureiro, ao JN. Foi há 20 anos, mas parece que foi ontem. Até porque, anualmente, lá aparece o 18 de maio para avivar as memórias e sorrir com as recordações. "É uma data que nunca hei de esquecer. Não trocava essa conquista por nada", acrescenta o ex-presidente boavisteiro.
Nesse dia de 2001, a festa haveria de se prolongar pela rotunda da Boavista e pelas ruas da Invicta, mas começou num Bessa ainda sem as modernices que o Euro 2004 implicou, lotado para consumar "um momento muito importante do futebol nacional". 3-0 ao Aves. "Lembro-me que, quando o árbitro apitou, me passou tudo pela cabeça, desde o tempo em que ia ver jogos pela mão do meu pai, com sete ou oito anos. Mas no final desse jogo, talvez fosse a pessoa mais tranquila naquele estádio", recorda João Loureiro. Vinte anos é muito tempo, mas aquele 18 de maio de 2001 será eterno. No Boavista, pelo menos, nunca se esquecerão.
Grandes superados
Antes da última jornada, que já não contava para nada (derrota por 4-0 com o F. C. Porto), a pantera não perdeu, nem sequer sofreu golos, nos jogos com os três grandes.
Defesa de betão
Os axadrezados acabaram o campeonato com apenas 22 golos sofridos (em 34 jornadas). E desses só seis foram consentidos no Bessa.
Prata da casa
Pedro Emanuel, Litos, Petit e Martelinho foram quatro dos jogadores mais utilizados por Jaime Pacheco. Tal como Jorge Silva, foram criados na casa.
Talismã Martelinho
Com quatro golos na Liga, o extremo foi decisivo em dois dos jogos mais importantes da época. Deu as vitórias sobre o Sporting e sobre o F. C. Porto (1-0).