O choque entre o guarda-redes do Belenenses SAD, Kritciuk, e o lateral portista Nanu continua a dar que falar.
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O JN ouviu a opinião dos ex-árbitros José Leirós, Paulo Pereira e Pedro Henriques sobre o lance mais controverso do jogo entre o Belenenses SAD e o F. C. Porto, de que resultou a lesão de Nanu. Os dragões pediram penálti, pela voz de Sérgio Conceição e de Pepe, mas o árbitro Fábio Veríssimo teve opinião diferente. Vítor Baía, administrador da SAD portista, falou em "revolta" e disse que não tem dúvidas "absolutamente nenhumas" de que se trata de uma jogada passível de grande penalidade.
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Eis o que disseram os três ex-árbitros:
José Leirós
"Na abordagem do lance, o guarda-redes do Belenenses não conseguiu jogar a bola, foi negligente, atingindo Nanu, que vinha em sentido contrário, derrubando-o. Dado o período elevado de jogo interrompido, o árbitro, na mentalidade da arbitragem do século XXI, devia ter sido mais inteligente e solicitado ao VAR, Rui Oliveira, as imagens e ir verificar, até para se salvaguardar de uma situação que estava a a acontecer no relvado, grave do ponto de vista médico, para perceber nas imagens o que podia não ter percebido em tempo real. Fábio Veríssimo é um árbitro com emblema FIFA e sabe que o VAR tem menos experiência e menos jogos e anos de 1.ª Divisão do que o árbitro de Leiria. Teria sido importante, até como uma ação na divulgação da credibilidade da ferramenta VAR".
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Paulo Pereira
"Na minha opinião, não é penálti. Nenhum dos dois jogadores joga a bola, os dois tentam jogá-la, o guarda-redes tenta socar a bola e o Nanu tenta ir de cabeça. O choque é monstruoso mas é inevitável. É um lance de futebol. Não podemos proibir o guarda-redes de se lançar daquela forma, nem podemos dizer a Nanu para correr mais devagar. É um lance feio, mas em termos de leis de jogo é correto. Não podemos dizer para os guarda-redes não saírem da baliza a soco. Se Nanu jogasse primeiro a bola seria diferente ou então se o guarda-redes tivesse jogado primeiro a bola seria falta do atacante. O facto de nenhum deles jogar a bola é determinante. Seria um erro de arbitragem marcar penálti ou falta atacante".
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Pedro Henriques
"Num primeiro aspecto, o guarda-redes está para lá da pequena área e Nanu não está parado nem salta na vertical. Ambos os jogadores promovem o contacto porque correm na mesma direção em sentido contrário. O segundo aspecto é o momento do contacto, que é relevante, se olharmos para o primeiro contacto, é que não é com o pé, nem com o joelho, é com a cabeça. É um choque de cabeças. É um aspecto relevante na análise. É um lance aparatoso. Mas não é penálti. É um lance muito difícil e não é uma situação clara para o videoárbitro intervir, porque não é um lance claro nem óbvio.
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