"Melhor é impossível", "tudo é espetacular". Uns minutos de conversa chegaram para Tiago Lopes denunciar todo o encantamento com que a Turquia já o arrebatou, só seis meses depois de o ter recebido. "Adaptei-me muito bem ao país, à cultura e à cidade, que é espetacular. Ter estado três anos na Roménia também facilitou", adianta o futebolista português, ao JN.
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Mas Kayseri, onde é mais um entre os mais de um milhão de habitantes, tinha tudo para Tiago Lopes passar um mau bocado. "O primeiro impacto é grande porque é uma cidade muito conservadora e muito religiosa, mas depois é fácil. As mulheres andam sempre tapadas com as burcas, por exemplo. Também não servem bebidas alcoólicas, não comem porco e rezam quatro vezes por dia", desvenda o jogador, de 28 anos. Uma delas bem de madrugada e para toda a gente ouvir: "Às cinco horas, os altifalantes espalhados pela cidade começam com a reza. No início, acordava sempre assustado", acrescenta, entre risos. "Diziam que era perigoso, mas vejo muita segurança", completa.
Ali, perto da Capadócia, Tiago Lopes livra-se da azáfama de Istambul - "lá ia ser mais complicado para mim" - e desfruta da área montanhosa envolvente. Mais difícil continua a ser entender a língua turca e matar as saudades da comida de casa. "Eles usam picante para tudo e abusam", queixa-se o lateral. Mas não é isso que o vai despachar da Turquia: "Adoro isto e espero ficar aqui muito tempo", anuncia.
Passe Curto
Nome Tiago Jorge Oliveira Lopes
Clube Kayserispor
Idade 28 anos (4/1/1989)
Posição Defesa
Pormenores:
Natal longe de casa e sem turcos
Pelas raízes muçulmanas, a Turquia passa sem a febre natalícia. Os dias 24 e 25 de dezembro são datas normais e Tiago Lopes apanha por tabela. "Tenho jogo dia 24, por isso não posso ir a casa. Aqui, não há Natal, os turcos não querem saber disso. Só os estrangeiros é que se vão reunir para celebrar a data", conta.
Procurar a sorte com uma ovelha
Não foi só o fanatismo exacerbado e as condições de trabalho a espantarem Tiago Lopes. Os balneários são feitos para cada jogador ter uma divisão individual e ainda há as superstições... um bocadinho mórbidas. "Antes dos jogos, fora ou em casa, é costume matarem uma ovelha: dizem que dá muita sorte", explica.