Pedro Correia garante que CR7 tem de mudar o chip: "Éramos Cristiano Ronaldo e mais dez, agora somos 11".
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Pedro Correia, de 42 anos, é comentador de futebol no Dubai, ao lado do Catar, e trabalhou durante quase uma década no Al Wasl, clube onde Diego Maradona foi treinador, nas épocas de 2010/11 e 2011/12. "Quando cheguei em 2013, Maradona já não estava no clube, mas acabei por ter encontros ocasionais e fugazes com ele, já depois de exercer outras funções nos Emirados Árabes Unidos. Foi uma figura marcante na história do país, tinha um carisma muito particular. Não creio que alguma vez seja esquecido aqui. Era um obcecado por futebol, adorava e passava a vida a ver jogos", afirmou, ao JN.
Maradona foi uma figura marcante, era obcecado por futebol
Natural de Matosinhos e "um fervoroso adepto leixonense", como fez questão de sublinhar, Pedro Correia começou a trabalhar no Leixões em 2001. "Comecei por vender bilhetes, depois tive outros cargos, ligado à organização de jogos, às relações públicas, ao marketing e à comunicação. Era um pouco o braço direito da Direção". A aventura no clube terminou em 2007. "O Dubai abriu-me as portas e foi muito à custa do trabalho desenvolvido no Leixões. Fui contratado pelo Al Wasl como gestor de marketing e a seguir acumulei funções como oficial de licenciamento no clube. Saí em janeiro e agora sou narrador e comentador na televisão, faço também palestras".
Impressionado com a organização do Mundial, os cataris são tão capazes como os ocidentais
A competição no Catar pode ser uma alavanca forte do futebol no Médio Oriente. "Estou muito bem impressionado com a organização, os cataris mostram que são tão capazes neste tipo de eventos como os ocidentais. Nesta região, há interesse pelo futebol, que ainda tem muito para crescer e tenho a esperança de que, com o Mundial, evolua ainda mais".
Neste processo, vários treinadores e jogadores portugueses desempenharam um papel importante no crescimento do futebol nesta zona do globo. "Carlos Carvalhal, Bruno Lage, João Mário, Jhony Conceição, José Peseiro, Manuel Cajuda e Carlos Queiroz deixaram a sua marca. No que diz respeito a jogadores, Hugo Viana".
Atento ao desempenho de Portugal no Mundial, Pedro Correia pede paciência para Cristiano Ronaldo. "É o melhor futebolista de todos os tempos. Até há pouco tempo eramos Ronaldo e mais dez, agora somos 11. Se Ronaldo mudar o chip e perceber que as circunstâncias são diferentes, pode ajudar muito".