"Faltava à escola da parte da tarde para ir ver os treinos dos seniores e poder jogar com bolas de capão, porque, nessa altura, só tínhamos as de trapos".
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A memória é do antigo futebolista Alfredo Rodrigues e remete-nos para "o início de uma carreira bonita": foi no V. Guimarães que, aos 13 anos, depois de vários como apanha-bolas, se começou a fazer jogador. Um motivo de orgulho e tanto, não só por se tratar do "clube da terra", mas também do emblema em que brilhou o avô, de quem herdou a alcunha: Laureta.
Anos depois, o mesmo Vitória abrir-lhe-ia as portas da seleção A - uma experiência sem direito a repetição, mas ainda assim inesquecível. "Defrontámos aquela que para mim foi a melhor equipa de sempre do Brasil. Tinham o Zico, o Sócrates, o Júnior, o Falcão. Perdemos 4-0 e quase só andámos atrás da bola, mas foi um jogo marcante", recorda, a propósito de um duelo de caráter particular disputado em Coimbra.
E depois, claro, não há como esquecer a histórica Taça dos Campeões Europeus conquistada em Viena. "Ninguém dava nada pelo F. C. Porto. Era quase 100% de hipóteses para o Bayern. Tanto que, passado umas horas, ainda nem acreditávamos. Lembro-me como se fosse hoje que, quando chegámos à receção do hotel e vimos lá a taça, o Futre me disse: "É verdade, Lau! Fomos mesmo campeões." Acho que aí é que caímos em nós ", conta Laureta, que agora se dedica a uma empresa de bordados.
Passe Curto
Nome: Alfredo Magalhães da Silva Rodrigues (Laureta)
Naturalidade: Azurém (Guimarães)
Idade: 56 anos (18/12/1961)
Clubes que representou: V. Guimarães, Mirandela, F. C. Porto, Braga, Gil Vicente, Académica
Principais títulos: um campeonato nacional, uma Taça dos Campeões Europeus