No país onde a equipa minhota joga nesta quinta-feira com o Midtjylland para a Liga Europa há preocupação com a nova vaga da pandemia e o número crescente de casos, mas sem dramatismo. Se a adesão à vacinação tem percentagem equivalente a Portugal, a testagem massiva e sempre sem custos neutralizou muitos surtos e impediu o avolumar de falecimentos.
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Após dois meses de interregno, a Dinamarca voltou a impor em novembro o passe sanitário, mas encara com relativa tranquilidade a quinta vaga de covid-19 que alastra na Europa. O facto de, desde o início da pandemia, a testagem à população ser gratuita e sem limitações, tem ajudado a controlar os surtos, impedindo o avolumar excessivo de casos e de mortos.
"Os testes foram sempre gratuitos, mesmo quando a incidência era baixa. A epidemia, aqui, é uma preocupação, mas nunca atingiu números alarmantes", destaca, ao JN, Pedro Ferreira, futebolista português que joga no Aalborg, uma das principais equipas do país, tal como o Midtjylland, adversário do Braga, nesta quinta-feira (17.45 horas, SIC/SportTV1), na quinta jornada da fase de grupos da Liga Europa.
Se a percentagem de vacinação, à semelhança de Portugal, ronda os 86%, há números que refletem diferenças entre os dois países. A Dinamarca, que tem seis milhões de habitantes, ou seja, pouco mais de metade, regista 454 mil casos contra 1,12 milhões em Portugal. Nos óbitos a disparidade é mais significativa, dado que neste país faleceram apenas cerca de 2800 pessoas e no caso português já houve mais de 18 mil mortos.
Em regra, à quinta-feira, os dinamarqueses "invadem" farmácias, laboratórios e centros de testagem, para confirmar que não contraíram a covid-19 e assim "garantir" que podem passar o fim de semana com tranquilidade, frequentando discotecas, bares e restaurantes. Sempre sem nada pagar, seja qual for o tipo de teste.
Herning, a cidade onde os guerreiros do Minho vão jogar, é relativamente pequena (50 mil habitantes, quase um terço do que Braga) e tem pouco movimento, sobretudo à noite, onde quase todos os estabelecimentos fecham cedo e a circulação é reduzida. Pouca gente anda de máscara e as iluminações de Natal são desligadas bem antes da meia-noite, para incentivar o recolhimento aos domicílios.
Nos estádios, não há restrições em termos de percentagens de público, embora para assistir ao jogo seja necessário cumprir o protocolo de segurança e apresentar o passe sanitário.
O Arena Herning tem capacidade para 11 500 pessoas, número que desce para dez mil, nos jogos das competições europeias como será o caso deste com o Braga, mas apenas pela tradicional imposição da UEFA. "No futebol, por causa da covid-19, não há qualquer tipo de limitação, nem se espera que venha a haver", frisa, ao JN, Mads Jakobsen, diretor de comunicação do Midtjylland.