Técnico alemão tem tudo alinhavado para assinar pelo Benfica e os números no ataque ajudam a explicar a escolha.
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Roger Schmidt deverá mesmo ser o treinador do Benfica na próxima temporada. Ainda que tenha apenas quatro títulos na carreira, os números que o técnico apresenta no ataque são chamativos e superiores aos de Sérgio Conceição, Ruben Amorim, Jorge Jesus e até Bruno Lage.
As equipas do alemão são conhecidas por praticarem um futebol ofensivo, de ataque rápido e várias combinações, um pouco à imagem do "ADN" do Benfica. Não só a ideia de jogo é um dos motivos que pode agradar as águias, mas também os números que acumulou até este ponto na carreira.
Embora haja uma diferença no nível de competições disputadas, nos 435 jogos que orientou enquanto treinador principal, as equipas de Roger Schmidt marcaram 913 golos, um registo superior ao de Sérgio Conceição (803) e Ruben Amorim (242). O alemão não se destaca apenas nos valores totais, mas também na média de golos por jogo.
O técnico tem uma média de 2,1 golos por jogo e supera os rivais que pode encontrar na Liga portuguesa e os últimos três treinadores do Benfica. Sérgio Conceição apresenta uma média de 1,83 golos por jogo, enquanto Ruben Amorim melhora um pouco (1,97). Jorge Jesus, que tem mais de 1200 partidas na carreira, tem um registo de 1,7 e Rui Vitória, duas vezes campeão nacional pelos encarnados, 1,65. Por fim, excluindo os escalões de formação que orientou, Bruno Lage apresenta uma média de 1,89 golos por jogo.
O registo positivo no capítulo ofensivo apresentado por Roger Schmidt é um bom indicador das suas ideias de jogo, daquilo que pretende e do qual é a sua prioridade no futebol: para além de defender bem, gosta que se ataque melhor. Dentro dos treinadores comparados anteriormente, é o que tem pior registo defensivo com uma média de 1,15 golos sofridos por jogo.
Águia tem vindo a voar baixo no que toca a golos
O ataque é uma das áreas que o Benfica quererá melhorar na próxima época, tendo em conta o decréscimo nos números das últimas temporadas face aos anos em que a equipa teve mais sucesso, tanto a nível interno como internacional.
Desde 2014/15 que o Benfica não marcava tão poucos golos na Liga portuguesa. Dessa época até 2018/19 (ano em que foi campeão com Bruno Lage) os encarnados apenas registaram menos de 80 golos por uma ocasião (em 2016/17) e mesmo assim os números foram superiores ao atual com 72 golos apontados na Liga e 118 em todas as competições.
Em 2018/19 as águias marcaram 103 golos no campeonato (140 em todas as provas) e desde aí que os números têm vindo a descer. Na época seguinte o conjunto da Luz apontou 71 golos na Liga (109 no global); no regresso de Jorge Jesus terminaram a temporada com 69 golos; na presente época já levam 70 golos.
Fazendo a média dos golos em todas as competições, desde 2014 que o Benfica nunca teve um registo tão baixo (média de dois golos por jogo) como nas últimas três temporadas, com exceção de 2017/18, em que perdeu o campeonato para o F. C. Porto.
A falta de títulos, a dificuldade em ter estabilidade dentro de campo e uma ideia de jogo bem definida são alguns dos motivos que fazem Rui Costa contratar um novo treinador. No entanto, o decréscimo nos valores ofensivos e os números que Roger Schmidt apresenta neste capítulo são um dos fatores podem ajudar a explicar a provável escolha do alemão.