O conjunto algarvio desceu pela primeira vez aos campeonatos distritais em 111 anos de história, depois de uma época que foi o culminar de vários anos de discórdia entre clube e SAD.
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Muitos se recordam de ver o Olhanense na primeira liga. Afinal de contas, tem um estatuto muito próprio e contabiliza mais de 1000 jogos no principal escalão do futebol português.
No entanto, o sismo fez-se sentir em Olhão aquando da entrada do empresário italiano Igor Campedelli, em 2013, na SAD do clube. Desde então que Isidoro Sousa, presidente do Olhanense, começou a ver "divergências e uma falta de noção da realidade do futebol português", como explica, ao JN, que poderia potencialmente fazer desabar uma instituição com tanta história.
Desde então, o percurso do conjunto algarvio foi descendente e as réplicas foram-se sentindo a cada descida de divisão. No Campeonato de Portugal desde 2017 e com a última participação na Liga a remontar a 2014, o Olhanense sempre foi visto como um candidato à subida. Fosse pelas boas prestações ou pelo sonho de ver um histórico reerguer-se.
No fim de semana passado, a história tomou outra via inesperada até ao início da temporada, mas previsível para quem acompanhou os jogos desde então: "Soube ao fim de três jogos que não íamos conseguir sobreviver no Campeonato de Portugal. É um dia de luto para Olhão", adianta o presidente. Vinte e dois jogos depois, com quatro jornadas ainda para serem jogadas, os algarvios são despromovidos e passam, já na próxima época, a militar na Divisão de Elite da A. F. Algarve.
Do ponto de vista financeiro, o danos também são evidentes. Num momento em que a continuidade da presença italiana na SAD é posta em causa, Isidoro Sousa, teme que o clube pague pelos erros da sociedade: "A SAD não está em dia para com a Segurança Social e não sabemos se vai sobreviver. Por causa disso, o clube não vai receber qualquer verba na próxima temporada".
A solução segundo o presidente passa por "reconquistar os corações dos sócios que se foram perdendo pelo caminho" e percorrer esta jornada juntos para seguir "exemplos como o Farense", e se reerguerem de uma queda há muito já destinada.