O ex-treinador do Benfica justificou, este sábado, a escolha pelo Al Nassr e partilhou alguns episódios com os adeptos do clube da Arábia Saudita.
Corpo do artigo
Depois de quatro temporadas ao serviço do Benfica, clube pelo qual conquistou uma Taça de Portugal, uma Taça da Liga, duas Supertaças e três campeonatos, Rui Vitória mudou-se em 2018/19 para a Arábia Saudita, para comandar o Al Nassr. E o percurso está a correr favoravelmente ao português, que já venceu uma liga e uma Supertaça. depois de ter tomado uma decisão "difícil".
"Foi uma decisão muito difícil, com a ajuda dos meus adjuntos. Mas eu tive um 'feeling' [pressentimento] muito positivo em relação à Arábia com a pessoa com quem falei e depois fiz uma leitura muito rápida que foi: eu tinha ganho títulos no Benfica e teria ali também a possibilidade de continuar a ganhar títulos. Ao mesmo tempo, havia a questão financeira, não vamos esconder que são verbas importantes, e ao mesmo tempo havia a possibilidade de, se as coisas não corressem muito bem, fazermos os três ou quatro meses que faltavam e depois fazíamos esta época já com o nosso cunho pessoal. Agora, o choque é grande porque são realidades completamente diferentes", disse o treinador em entrevista à Tribuna Expresso.
O carinho dos adeptos, esse, está bem presente, e vai desde declarações e beijos a... flores. Uma realidade que, ao início, "chocou" Rui Vitória.
Dizem 'I love you', fazem corações e mandam beijinhos como nós mandamos às senhoras, dão beijinho na mão e espalham.
"Têm manifestações estranhíssimas mas muito engraçadas. Dizem 'I love you', fazem corações e mandam beijinhos como nós mandamos às senhoras, dão beijinho na mão e espalham. E nós de repente ficamos com uma sensação estranha. Têm também um hábito curioso, principalmente em algumas relações de hierarquia a um nível mais elevado. Quando querem falar com alguém em particular agarram-nos pela mão e vamos conversar. E estamos dois homens de mão dada a passear no campo, por exemplo. Isso é normalíssimo entre eles. São coisas estranhas para nós e, quando chegámos, sentimos essas diferenças. Mas o povo é muito afável, tem o hábito de dar flores. Chegamos a qualquer hotel e dão-nos flores", acrescentou.
As manifestações peculiares dos adeptos de futebol na Arábia Saudita já tinham sido referidas pelo também português Jorge Jesus, que, ao serviço do Al Hilal, já tinha dado conta de uma certa adoração. "Eles dizem-me 'I love you' e dão-me beijos", contava, em 2018.