Quatro jogadores fundamentais para a vitória do Sporting no campeonato.
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O herói improvável
Geny Catamo
Defesa, 23 anos
A 6 de abril, o lateral moçambicano praticamente decidiu o campeonato a favor dos leões, ao marcar os golos da vitória (2-1) do Sporting frente ao Benfica. Num dérbi repleto de emoção, faturou no primeiro minuto e na compensação, deixando Alvalade em delírio. Uma noite de glória que jamais esquecerá e que, há nove meses, julgaria impossível de viver pois esteve perto de ser dispensado. Em julho, integrou os trabalhos de pré-época e tudo indicava que voltaria a ser emprestado, à semelhança de 2021/22 (V. Guimarães) e de 2022/23 (Marítimo), porém, para surpresa de todos, acabou por ficar. Ruben Amorim acreditou finalmente no potencial e Geny Catamo agarrou a oportunidade com unhas e dentes, conquistando a titularidade a partir de dezembro. A sua velocidade e capacidade de desequilíbrio nas alas tornaram-se a imagem de marca.
Todo-terreno dinamarquês
Morten Hjulmand
Médio, 24 anos
Em duas épocas consecutivas, o Sporting perdeu João Palhinha e Manuel Ugarte, dois pêndulos no meio campo defensivo, o que obrigou a SAD à difícil tarefa de encontrar um jogador com características semelhantes e o eleito foi Morten Hjulmand. A sua contratação ao Lecce foi vista inicialmente com desconfiança devido ao preço - 18 milhões de euros -, no entanto, a qualidade, mostrada nos primeiros jogos, dissipou quaisquer dúvidas. O dinamarquês impôs-se como o barómetro da equipa, dando-lhe os equilíbrios necessários, através do desarme e da qualidade de passe. Ao mesmo tempo, a sua intensidade e músculo no meio campo acabaram por fazer milagres, puxando o Sporting para cima nos momentos complicados. Titular absoluto, Ruben Amorim elogiou-o várias vezes, não só pelo bom posicionamento, como também pelo jogo de pés.
Versatilidade e muita classe
Pedro Gonçalves
Médio, 25 anos
Crucial na conquista do título, Pedro Gonçalves sobressaiu pelo número de assistências, no total 12, e pela classe que deu à equipa do Sporting durante o campeonato. Destacaram-se, também, os golos apontados ao F. C. Porto e ao Farense, em Alvalade, e, ao Famalicão, no Minho. Golos essenciais e que valeram pontos. Ao longo da época, a sua versatilidade foi igualmente uma arma de peso, já que tanto ocupou a sua posição favorita, a de extremo, no lado direito como no esquerdo, como a de médio centro. Quando necessário, também foi capaz de recuar no terreno. Riqueza tática que preencheu, na perfeição, as exigências de Ruben Amorim. Ao fim de quatro temporadas de leão ao peito, somou o segundo título de campeão e espreita a possibilidade de dar o salto na carreira, até porque o West Ham e o Aston Villa têm-no na mira.
Tufão sueco decisivo
Viktor Gyokeres
Avançado, 25 anos
A conquista do título, em 2023/24, será sempre recordada como “a época de Viktor Gyokeres”. Adquirido em julho ao Coventry, da 2.ª Divisão inglesa, por 20 milhões de euros, poucos arriscariam, nessa altura, que o sueco se tornaria na contratação mais impactante do Sporting das últimas décadas. Na estreia, mostrou logo ao que vinha: bisou com o Vizela, totalizando, a partir daí, 27 golos no campeonato e tornando-se numa das chaves do título. Praticamente nenhum clube passou incólume à fúria goleadora, faturando nos clássicos diante do Benfica, do F. C. Porto e do Braga. Destacou-se, também, na profundidade de jogo que deu à equipa, uma das limitações do Sporting há várias épocas. Desde Jardel, jogador proponderante no título de 2001/02, que os adeptos não se rendiam a um avançado com tanto peso na conquista de um campeonato.