As primeiras horas de Luís Rocha na Grécia dificilmente podiam ser menos prometedoras, ainda por cima para quem partia à primeira aventura fora de Portugal. Mas, ano e meio depois desse dia, é por aquelas bandas que continua a lutar pela carreira.
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"As estradas estavam todas em obras, havia muita confusão. De uma via, eles faziam duas ou três. Enfim, tremi um bocadinho", assume o defesa português, em conversa com o JN.
Mas Luís Rocha lá chegou a Agrinio. "É uma cidade pequena, que está um bocado isolada. Tem prédios, mas nenhum com mais de cinco pisos, e nem sequer tem um shopping. Não há muito para fazer, às vezes até é sossego a mais", resume o futebolista natural de Famalicão. Neste particular, o antagonismo com a capital Atenas salta à vista e as diferenças apenas se atenuam na estrada e na pouca apetência dos gregos para tomarem conta do volante. "O trânsito foi o maior choque. Não usam capacete quando andam de mota, não usam cinto de segurança, ignoram as linhas contínuas, nas passadeiras são as pessoas que têm de parar... São perigosos!", acrescenta Luís Rocha, de 24 anos.
Ano e meio depois de se ter tornado emigrante, o ex-jogador do V. Guimarães só ainda não se entende com o grego - "sei o básico e o suficiente para me entender no campo, mas é muito difícil, até o alfabeto é diferente", explica. Bem mais fácil foi a habituação à gastronomia. "A comida é diferente da nossa, mas é boa. Fome não passo", completa Luís Rocha.
Passe curto
Nome Luís Augusto Martins Rocha
Clube Panetolikos
Idade 24 anos (27/06/1993)
Posição Defesa
Pormenores:
Café? É com gelo e uma palhinha
Ir à Grécia é também ir descobrir toda uma ciência que contraria as normais práticas lusitanas no que concerne à ingestão de cafeína. Café curto? Não é visto nem achado. "Gosto muito do café que eles tomam aqui. É grande, comprido, toma-se num copo de água e com gelo e bebe-se por uma palhinha", conta Luís.
Das 14 horas às 17 horas só se dorme
Não é que os gregos não trabalhem, apenas "trabalham menos do que em Portugal". E ai de quem lhes tirar aquela sestinha depois das 14 horas. "Eles passam muito tempo no café e fazem as refeições sempre muito tarde. E das 14 horas às 17 horas está tudo fechado: tiram essas horas para fazer a sesta", explica.