Os tablets no banco e não só: a tecnologia como braço direito dos treinadores
Cada vez mais os técnicos são auxiliados por programas e dados estatísticos complexos. Mas os clubes de menor dimensão ainda não têm recursos para igualarem os grandes.
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O futebol está em constante evolução e, como acontece um pouco em todos os campos profissionais, a tecnologia é cada vez mais utilizada. Nos últimos anos os treinadores estão a ser auxiliados por programas e dados estatísticos complexos, de forma a perceber se a equipa que orientam está a executar em pleno as ideias de jogo ou como podem melhorá-las no treino. Recentemente, Martín Anselmi, treinador do F. C. Porto, lançou a discussão com os "expected goals" (golos esperados) contra para justificar uma melhoria defensiva dos dragões e ainda falou do número de passes que permitiu ao adversário para indicar que os azuis e brancos estão a pressionar melhor, dados que resultam de uma análise estatística.
Os clubes de maior dimensão em Portugal têm dados pormenorizados, que permitem analisar praticamente qualquer parâmetro pretendido. Há, sobretudo, dois tipos de estatística: a geral, como remates à baliza ou posse de bola; e os indicadores de performance, algo personalizado por cada treinador ou equipa. Estes podem ser, por exemplo, o número de vezes que um avançado se conseguiu isolar por jogo. "Mediante o nosso modelo de jogo tínhamos 12 a 14 parâmetros para todas as partidas, que permitiam calcular o que era uma boa exibição. O analista de dados produz um relatório estatístico que depois é interpretado pelos analistas de performance e pelo treinador", explica Rodrigo Carvalho, analista de performance dos Seattle Sounders, da MLS, ao JN.