Atleta bateu três vezes a melhor marca nacional do triplo salto. Venezuelana Yulimar Rojas quebrou registo com 26 anos e garantiu um novo máximo mundial nos Jogos Olímpicos.
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Trinta e dois anos, três Jogos Olímpicos e um voo para a eternidade do desporto português. Patrícia Mamona ultrapassou a mítica barreira dos 15 metros, conquistou a medalha de prata no triplo salto de Tóquio 2020 e a alegria só não foi (ainda) mais dourada porque uma extraterrestre de seu nome Yulimar Rojas bateu um recorde do Mundo com 26 anos para oferecer o ouro à Venezuela.
Quando as finalistas subiram ao Estádio Nacional do Japão, as probabilidades estavam contra Patrícia Mamona. Afinal, a portuguesa tinha apenas a nona melhor marca pessoal entre as 12 apuradas e sabia que tinha de saltar como nunca para oferecer a segunda medalha a Portugal nestes Jogos, depois do bronze de Jorge Fonseca no judo. Dito e feito. Primeiro salto e recorde nacional pulverizado, de 14,66 para 14,91 metros e a certeza quase absoluta nas últimas três tentativas, reservadas às oito melhores.
E na segunda parte da final, Mamona voltou a entrar com tudo e passou, à primeira, a marca que divide as boas das fantásticas triplistas: os 15 metros. Foi por um centímetro, mas foi, e logo ali se percebeu que a atleta do Sporting tinha a prata bem segura nas duas mãos, até porque o ouro, esse, já estava reservado pela grande favorita desde o primeiro salto. Nada que apague o mérito de uma atleta lusa que quer ser, também, um exemplo.
"Sou feliz e espero abrir mais portas no desporto feminino. Faço parte dos 15 metros! Independentemente da marca, da medalha, esta competição é muito especial para todos nós. Na minha cabeça, o foco era só dar o meu melhor, saltar o mais possível. Tinha dito que tudo, depois, era consequência", afirmou Mamona na zona mista do Estádio Nacional, ainda surpreendida por tudo o que aconteceu na final.
"Fazer parte desta história é incrível. Lembro-me muitas vezes de dizer "ei, em Pequim 2008 cinco raparigas passaram os 15 metros". Parecia assim um bocadinho... e estou na competição em que é batido o recorde do mundo, por uma força da natureza, e eu fazer mais de 15 metros... é gigante, maravilhoso", acrescentou a portuguesa com a devida vénia a Yulimar Rojas.
A venezuelana, de 25 anos, bateu um recorde do mundo com... 26 anos. Os 15,50 metros que a ucraniana Inessa Kravets conseguiu em 1995 foram pulverizados para uns incríveis 15,67m e, para não fugir à regra, Ana Peleteiro garantiu o bronze com um recorde nacional de Espanha. Épico.