Reforço mais caro do Sporting cresceu no Santa Maria e era portista ferrenho. Bis valeu mariscada.
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Esta é a história de um menino que aprendeu a jogar a bola no clube à beira de casa e que, mais tarde, incendiou o mercado de transferências, ao tornar-se a contratação mais cara da história do Sporting (16 milhões). Paulinho, 28 anos, ex-Braga, foi o protagonista do grande negócio no mercado de inverno e é o número 9 que Rúben Amorim quase que implorou ao Sporting.
Quem o conhece diz que Paulinho tem uma história inspiradora. A aventura de João Paulo Dias Fernandes, nome que consta no bilhete de identidade, começa no Santa Maria, de Barcelos, onde percorreu os escalões de formação até se estrear pela equipa sénior, na extinta 3.ª divisão, ainda com idade júnior. "É um prazer falar do Paulinho, grande miúdo, enorme coração. Apanho-o desde os iniciados aos seniores, estivemos juntos quatro ou cinco épocas. É daqueles casos que se percebia que não havia plano B. Só pensava no futebol e fazia dois a três treinos, por dia, porque vivia a um minuto do campo e estava sempre no estádio. Treinava com os iniciados e depois ia treinar com os juvenis e juniores", conta ao JN Nuno Sousa, ex-treinador do Santa Maria, atualmente a viver em Manhattan, Nova Iorque, onde gere o restaurante e cervejaria "O Leitão".
Desde cedo, Paulinho destacou-se no Santa Maria e, em 2012, saltou para o futebol profissional, ingressando no Trofense. "Nesse ano, tentei levá-lo para o Freamunde, mas a Direção ainda hoje deve estar a pensar como é que o deixou fugir. A verdade é que o Paulinho toma as decisões certas e é um jogador comprometido e leal. Não é por acaso que jogou apenas em quatro clubes. Isso acontece porque ele entrega-se por completo", salienta Nuno Sousa, que teve de oferecer um almoço ao goleador: "Precisávamos de ganhar um jogo nos juniores, porque estávamos a lutar para sermos campeões e prometi-lhe que se ele marcasse dois golos eu pagava-lhe uma mariscada no Pedra Alta, em Viana do Castelo. Ele assim fez e mal acabou o jogo só me perguntava quando íamos almoçar. Ele sempre teve uma fome muito grande dentro e fora do campo".
O novo capítulo dá-se com pele de leão, em Alvalade, mas em criança o coração batia forte pelo dragão. "Ele era adepto do F. C. Porto, ferrenho até, mas acima de tudo é um grande profissional", remata Nuno Sousa.