O treinador português Paulo Fonseca, da AS Roma, transmitiu esta sexta-feira a "preocupação generalizada" em Itália, mas salientou que os italianos estão empenhados em "mudar o rumo" da pandemia de Covid-19.
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Em declarações à Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), o técnico luso, que no início da época assumiu o comando dos romanos, admitiu que se têm vivido "semanas complicadas" em Itália, que é agora o país do mundo com maior número de vítimas mortais devido à Covid-19, com 3405 mortos em 41.035 casos.
"Estamos todos em casa. Neste momento, os italianos já se aperceberam que só desta forma é que se pode parar o vírus. Existe uma preocupação generalizada da parte dos italianos, estão sensibilizados com a situação atual e querem cumprir todas as regras para mudar o rumo deste surto que está a matar muita gente", afirmou Paulo Fonseca.
O técnico, de 47 anos, revelou que as pessoas só podem sair de casa "para ir ao supermercado" e que "a polícia está constantemente nas ruas a controlar" os movimentos dos cidadãos, mas mostrou-se "esperançoso de que tudo vai melhorar" e que todos vão "conseguir vencer esta luta".
Neste período de confinamento a casa, o treinador tem "dedicado muito tempo à família" e não se coibiu de elogiar o "trabalho fantástico" que a Roma tem feito no acompanhamento dos jogadores, até porque "a paragem já vai longa" e o regresso à competição mantém-se incerto.
"É difícil prever quando vão começar os treinos e os campeonatos. Temos tentado controlar as atividades físicas dos jogadores, facultamos-lhes alguns equipamentos, tentamos controlar a alimentação e o peso, e todos eles têm um programa para cumprir em casa. A Roma é um clube muito bem organizado a todos os níveis", acrescentou o treinador.
Paulo Fonseca tem acompanhado o desenrolar da situação em Portugal - onde já foi decretado o estado de emergência -, considerando que "o Governo português tomou as medidas certas para evitar chegar aos números" de Itália, mas alertou que "as pessoas têm de se consciencializar que só estando em casa é que este problema pode resolver-se".
"Quero dizer aos portugueses que podem evitar que as coisas cheguem a este ponto. Depende de cada um de nós, basta que cumpram o que lhes é pedido. Ainda estamos no início e ainda temos forma de evitar o que está a acontecer em Itália. Podemos escolher o nosso destino", concluiu.