O Inter sagrou-se, ontem, pentacampeão de Itália. E ao segundo ano no "calcio", segundo título para Mourinho. E ainda há mais: após a Taça, após o "scutetto", a final da Champions, no próximo sábado, alimenta o sonho de uma tripla histórica.
Corpo do artigo
Um golo de Diego Milito bastou ao Inter para ganhar em Siena (1-0) e confirmar o 18.º título do clube. Mas foi bem sofrida, a vitória dos "nerazzuri", porque a Roma lutou até ao fim (bateu o Chievo, em Verona, 2-0) e manteve a equipa de Mourinho sob pressão até ao último segundo. E quando, finalmente, acabou o jogo em Siena, soltou-se a festa. Mas o treinador português conteve-se...
Mal o jogo acabou, Mourinho ergueu os indicadores ao firmamento e refugiou-se nos balneários, deixando a celebração para os jogadores. Só voltou ao campo largos minutos depois, para subir ao pódio e receber a medalha da ordem. Com ele lá estavam os adjuntos Silvino Louro e Rui Faria. E entre os jogadores havia outro português, Quaresma, que jogou pouco mas que também soma mais um título à carreira.
Durante as celebrações, José ficou na sombra. Na "contagem decrescente", o último a subir ao estrado até foi o capitão Javier Zanetti. Uma representação de autoria logo atribuída ao "encenador" Mourinho, que assim quis dar protagonismo aos jogadores.
E se preferiu ficar na penumbra da cuidada "mise en scène", nem assim José Mourinho deixou de ser visto como "a" estrela da liga italiana, porque se o "calcio" já não atrai, como outrora, as grandes vedetas do futebol mundial, pelo menos tem o treinador mais popular, mais provocador, mais genial e mais mediático que o jogo alguma vez produziu.
José até se arrisca a que lhe ergam uma estátua. Para já, a nação "nerazzurra" agradece-lhe um gozo supremo: o 18.º título do Inter supera os 17 do... Milan (a Juventus, com 27, leva a palma). Mas o melhor pode já suceder no próximo sábado, na perspectiva da final da Liga dos Campeões, com o Bayern de Munique, e na sonhada visão de um tripla inédita. E só os rumores de uma eventual partida de José, após a final de Madrid, já apavoram os "tiffosi" do Inter e o patrão, Massimo Moratti, que faz tudo para o que português cumpra os dois anos de contrato que ainda lhe restam com o clube toscano.