Pepê continua a destacar-se no F. C. Porto pela polivalência e é uma peça chave na estratégia de Sérgio Conceição. Números estão a subir, mas os golos ainda não aparecem com regularidade
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De má memória para os dragões, o jogo de domingo com o Gil Vicente foi mais uma amostra da importância de Pepê na equipa treinada por Sérgio Conceição. O brasileiro começou a partida na esquerda do ataque, passou para lateral-direito após a expulsão de João Mário e acabou como extremo direito, numa altura em que o F. C. Porto tentava, sem conseguir, consumar o milagre de evitar a derrota a jogar com apenas nove unidades.
Péssimo para a equipa azul e branca, o duelo com os barcelenses também foi negativo para Pepê, que, logo no início, com o resultado já em 1-0 para os portistas, falhou uma oportunidade clara de golo que podia ter evitado o descalabro verificado a seguir. A finalização tem sido, de resto, o calcanhar de Aquiles do ex-jogador do Grémio, autor de cinco golos em 39 jogos, ainda sem chegar aos seis que marcou na temporada passada em 42 partidas. Ao nível das assistências, por exemplo, a história já é outra: em menos três jogos, Pepê já fez oito passes decisivos, contra os cinco de 2021/22.
Para Conceição, estes registos terão importância, mas mais relevante será a dinâmica que o brasileiro imprime à equipa e a capacidade para fazer, com qualidade, várias posições em campo. Para além das três que desempenhou diante do Gil Vicente, foi médio-ofensivo no modelo em losango que o técnico do F. C. Porto adotou no princípio da época e também já alinhou várias vezes na frente, em dupla ou como segundo avançado, no apoio ao ponta de lança.
"Pepê tem tido um crescimento extraordinário no F. C. Porto e é, sem dúvida, uma mais-valia ter um jogador destes no plantel. Sempre foi tecnicamente evoluído, mas melhorou muito em termos táticos e é capaz de fazer várias posições, o que permite ao treinador, sem recorrer a substituições, fazer alterações na equipa que permitam ir ultrapassando as dificuldades que o adversário vai colocando durante um jogo", afirma, ao JN, o técnico João Henriques, que destaca em Pepê a "versatilidade e a capacidade de compreender o jogo".
Para o ex-treinador de Marítimo, Vitória de Guimarães, Moreirense, Paços de Ferreira e Santa Clara, o brasileiro vai "melhorar naturalmente" a eficácia na finalização, mas para isso terá de "fazer mais minutos em zonas adiantadas e chegar com frequência" perto da baliza contrária: "Tem uma enorme propensão ofensiva, embora faça com critério a posição de lateral. Com mais experiência e chegada à área, poderá no futuro fazer mais golos".