Central elogiou liderança de Conceição e destaca a irreverência que os jovens trouxeram ao grupo na caminhada para o 29.º campeonato.
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Se há jogador em campo que veste a pele de dragão é Pepe. O internacional português, um dos heróis da conquista do Euro 2016, voltou na época passada à casa azul e branca e, por esta altura, celebra o terceiro campeonato, depois de ter alcançado a glória em 2005/06 e 2006/07. Aos 37 anos, é uma referência dentro e fora do campo, sobretudo para os mais novos que estão a chegar à equipa A. Na ressaca da festa do título, o central elogia o treinador e aponta o foco à conquista da Taça de Portugal.
Sérgio Conceição afirmou que o segredo do campeonato foi a união entre a equipa. O treinador foi a "cola" que juntou o grupo no mesmo objetivo?
O mister é um líder excelente. A garra dele contagia-nos e sempre nos motivou para estarmos unidos, alheios a tudo que estivesse ao nosso redor. Sempre disse para estarmos juntos e focados no trabalho. E refiro-me a toda a época, inclusive durante a paragem do campeonato. Foi, sem dúvida, a "cola" deste título, porque nunca nos deixou pensar que alguma coisa estava ganha ou perdida.
Como foi festejar um título de campeão num estádio vazio?
Falta a emoção, as pessoas. Sentimos a união de outra forma, mas é diferente. Este título é, obviamente, dedicado a todos aqueles que permaneceram connosco durante toda a época.
A chamada à equipa de jogadores da formação acrescentou irreverência e sentido de pertença ao grupo?
Ver os mais novos subir à equipa principal é, acima de tudo, um sentimento de orgulho. Fico mesmo feliz, porque vejo que eles estão a dar passos importantes na realização dos sonhos. Os jovens têm talento, trazem irreverência, vontade de aprender, ouvir e de aproveitar esta oportunidade. A qualidade, trabalho e a ilusão de estar na equipa principal faz destes jovens um exemplo.
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Qual foi a maior dificuldade que sentiu no regresso à competição, depois de tanto tempo de paragem?
A maior dificuldade foi, sem dúvida, jogar sem público. É estranho.
Como antecipa o regresso à competição na próxima época? Gostava que o público voltasse aos estádios?
Gostava que o futebol voltasse a ser como era com público, mas temos de respeitar o momento que estamos a viver a nível mundial.
Até onde pode ir este F. C. Porto na próxima edição da Liga dos Campeões?
Temos tempo para pensar nisso. Ainda estamos com o foco nos três jogos que faltam [n.d.r: Moreirense, Braga e Benfica]. O nosso objetivo são disputar estes dois jogos da Liga e vencer a final da Taça de Portugal.
Que mensagem gostaria de deixar aos adeptos?
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Primeiro, agradecer a força e depois pedir que continuem sempre a apoiar-nos como têm feito. Acreditem no grupo de trabalho.
Patrão da defesa com ADN azul
Képler Laveran Lima Ferreira (Pepe), 37 anos, Central
Formado no Corinthians Alagoano, do Brasil, o defesa abriu a porta da Europa pela ilha da Madeira para jogar no Marítimo, tendo, entretanto, prestado provas no Sporting, sem convencer os responsáveis leoninos. Em 2004, começou a ligação do sucesso ao F. C. Porto, saltando para o Real Madrid, onde jogou 10 épocas! Seguiu-se o Besiktas, da Turquia, antes de voltar à casa azul, em janeiro de 2019. No currículo tem 21 títulos, entre eles três Ligas dos Campeões.