Pepê: "Saídas? O plantel do F. C. Porto tem muita qualidade"

Pepê parte para a segunda época no F. C. Porto com mais estatuto no plantel, depois de se ter imposto no onze de Sérgio Conceição na segunda metade da temporada passada, durante a qual aproveitou da melhor maneira a transferência de Luis Díaz para o Liverpool. Em entrevista ao JN, o extremo brasileiro afirma que a equipa portista está a preparar-se para fazer uma época ainda melhor do que a anterior, embora admita que, por ser o atual campeão, o F. C. Porto vá ter desafios mais difíceis. Sobre as saídas de jogadores importantes na equipa, entre as quais as de Mbemba, Vitinha e Fábio Vieira, Pepê diz que os dragões têm de se focar no plantel que possuem, que continua a ter "muita qualidade".

Com que sensação parte para a nova época, depois do sucesso alcançado em 2021/22? O facto de o F. C. Porto ser o campeão em título torna esta época mais difícil do que a anterior?
Sem dúvida. Sabemos que fizemos uma grande época e demonstrámos muita qualidade no ano passado. Mas sabemos que os desafios desta época que está para começar serão ainda maiores por tudo o que aconteceu, pelos jogos que fizemos. Então, sabemos que vai ser um pouco mais difícil, mas estamos a preparar-nos bem. Estamos a fazer uma grande pré-época e a dedicarmo-nos ao máximo. Vai ser uma época longa.

O último jogo no Estádio do Dragão foi de festa. Hoje regressam a casa para defrontar o Mónaco. Já sentem saudades dos adeptos?
Claro que sim. Temos saudades do nosso ambiente, de estar no estádio com os nossos adeptos, a comemorar e a festejar. É uma sensação incrível poder regressar ao Dragão. Estamos a treinar bastante para podermos deixar boas impressões a todos os adeptos.

Começar a época com a conquista da Supertaça poderá dar uma motivação extra ao F. C. Porto para o início do campeonato?
É um jogo que vale um título. Sabemos a importância do primeiro jogo da época. Estamos a prepararmo-nos ao máximo para vencer todos os jogos e este é um deles. Conquistar esse troféu significa começar bem a temporada.

Neste segundo ano no F. C. Porto, tem um estatuto e uma responsabilidade maiores na equipa depois do excelente momento de forma com que terminou a época passada. Como lida com isso?
Tenho lidado da melhor maneira. Desde que cheguei, tive todo o apoio de todos os companheiros, da comissão técnica e do staff do clube, para desenvolver o que eu já fazia no futebol sul-americano. Isso foi-me fazendo sentir um jogador melhor, capaz de evoluir todos os dias, o que é muito importante. Espero crescer cada vez mais para ajudar os meus companheiros dentro do campo, para todos nós vencermos.

Que aspectos de jogo melhorou sob o comando técnico de Sérgio Conceição nos últimos meses?
A intensidade no futebol sul-americano não é tão alta como no futebol europeu. Senti um pouco de dificuldade no início, mas, com os treinos e a ajuda de todos, hoje sinto-me um jogador melhor. Mas ainda tenho muito para evoluir.

O Sérgio Conceição é o treinador mais exigente que encontrou durante a carreira?
Sem dúvida. É um cara fantástico, está sempre à procura do melhor para a equipa dentro do campo. Nós temos de dar o máximo para poder corresponder à altura. Ele é um cara super exigente, sabe das nossas capacidades e nós sabemos que ele está aqui para nos ajudar a evoluir cada vez mais.

Fala-se muito sobre a mística do F. C. Porto. O que é essa mística para si? É correr mais do que os outros no campo?
Acima de tudo, é uma sensação boa. Desde que cheguei ao clube que se fala dessa mística e a verdade é que, dentro do campo, conseguimos demonstrar isso. Depois, outra coisa importante é que os adeptos incentivam-nos durante os 90 minutos. Nós sentimos lá dentro que há uma energia maior e mais positiva para a equipa.

Está preparado para voltar a ser uma solução a lateral direito, caso a equipa precise?
Estou aqui para ajudar. Independentemente da posição em que eu jogue, o mais importante é o F. C. Porto. Onde o mister e a comissão técnica quiserem que eu jogue, vou dar sempre o meu melhor, mesmo que esteja fora da minha posição. O mais importante é que a equipa vença e é isso que nós queremos.

Fez 42 jogos, seis golos e cinco assistências na época anterior. Pode aumentar estes números?
Sem dúvida. Sei que, marcando golos e fazendo assistências, posso contribuir para que a equipa consiga os objetivos, que passam por ganhar sempre os jogos e conquistar títulos.

Esta será a época de afirmação de Pepê no F. C. Porto?
Estou a trabalhar para isso, para corresponder ao que todos os adeptos e os companheiros esperam de mim. Tenho muito a evoluir e muito a acrescentar. Espero dar o meu melhor.

Que influência podem vir a ter as saídas de Mbemba, Vitinha e Fabio Vieira, três jogadores muito utilizados na época passada, no rendimento da equipa?
São grandes jogadores. O Vitinha e o Fábio tiveram essa possibilidade de sair pela época que fizeram, uma época fantástica, durante a qual foram fundamentais nos dois troféus que conquistámos. Temos de nos focar, porque o nosso plantel é de muita qualidade. Independentemente de quem jogue, vai dar conta do recado.

Como têm sido os duelos com o David Carmo nos treinos? É um jogador que acrescenta qualidade ao plantel?
Obviamente que sim. Já se nota a qualidade dele nos treinos e nos jogos. Vem para nos ajudar, sem dúvida. Eleva o nosso nível de qualidade no campeonato e isso é muito importante para nós.

A equipa vai conseguir manter ou até melhorar a qualidade de jogo e o nível de resultados da época passada?
Estamos a fazer um grande trabalho nesta pré-época. Sabemos a exigência e a dificuldade que esta época nos vai trazer e estamos a preparar-nos cada vez mais para podermos fazer uma época ainda melhor do que a anterior.

Quais são as vossas ambições na Liga dos Campeões, depois de em 2021/22 não terem passado aos oitavos de final?
A ambição é a maior possível, pois sabemos da grandeza deste clube nessa competição. Vamos dedicar-nos ao máximo para elevar o F. C. Porto ao nível que merece, ao nível dos grandes.

Sonha com o primeiro golo na competição?
A Champions League é um sonho desde pequeno. Poder jogar esta competição pelo F. C. Porto já é o concretizar desse sonho, mas poder marcar golos e fazer assistências é o que desejo, para ajudar a equipa a conquistar vitórias.

Sente-se adaptado à cidade, passado um ano desde a chegada ao Porto?
Sinto-me muito melhor agora. Quando cheguei, sentia-me um pouco envergonhado, com alguma timidez, mas os meus companheiros de equipa e os adeptos ajudaram-me para me adaptar o melhor possível. Hoje sinto-me um jogador muito melhor e uma pessoa muito melhor, tanto no balneário como fora. A cidade do Porto é incrível, linda, e eu tenho aproveitado cada vez mais.

Qual é o local da cidade que mais frequenta?
O local que frequento mais é o Jardim do Morro, ali bem perto da Ponte Luís I. Vou muitas vezes lá.

Tem algum prato português favorito?
Comi duas ou três vezes um prato de bacalhau, frito, meio empanado, com um molho de alho, e gostei muito, mas confesso que não sei o nome.

E quem é jogador mais divertido no balneario?
É o Otávio, está sempre a brincar com toda a gente e a encher o saco de todo o mundo. Dá muita alegria a todos no balneário.