PSG aportuguesado tenta, neste sábado (20 horas) feito inédito na Liga dos Campeões de futebol, com o três vezes campeão Inter. Formato da prova elogiado.
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Termina neste sábado (20 horas), em Munique, na Alemanha, com a disputa da final entre o Paris Saint-Germain e o Inter de Milão, a edição 2024/25 da Liga dos Campeões, a primeira com novo formato, no âmbito de uma ampla reestruturação do figurino competitivo, nas provas de clubes da UEFA.
Ameaçado pela Superliga e após seis anos de preparação, o organismo que tutela o futebol no Velho Continente avançou para mudanças, sobretudo no formato da prova milionária, introduzindo mais jogos e mais equipas, com realce para a criação de uma fase de liga, com oito jornadas, sem repetição de adversários. “A UEFA não mexe numa competição, sem ter muitas certezas de que o vai fazer para melhor. A questão da rentabilidade é essencial, mas também a espetacularidade, com ganhos em todas as áreas”, frisa, ao JN, Daniel Sá, diretor executivo do IPAM e especialista em marketing desportivo.
Embora a Champions já tenha 32 anos, havia duas décadas que não conhecia alterações profundas de figurino. “Não fizemos nenhum estudo, nem temos dados de suporte, mas os dados que surgiram ao longo da época indicam que a prova mudou para melhor”, adianta Daniel Sá.
“Era essencial mudar e o modelo encontrado, mesmo não sendo perfeito, causa maior incerteza no desfecho dos jogos e, de certo modo, abre espaço a novos protagonistas, como se vê pelos finalistas que vão disputar o troféu”, realça, ao JN, o treinador Manuel Machado.
Os finalistas que hoje medem forças em Munique continuam a ser oriundos dos chamados “big five”, as cinco ligas de maior cartaz. Na época passada, o Real Madrid (Espanha), bateu na final o Manchester City (Inglaterra). Agora será um clube francês (PSG) ou italiano (Inter). O último finalista fora deste circuito foi o F. C. Porto, que venceu em 2003/04, na decisão com o Mónaco, da liga francesa.
“As diferenças orçamentais vão continuar. Acontece na Europa e também vemos isso por cá. Basta ver que os quatro primeiros do campeonato há vários anos que são os mesmos, só mudam de lugar. Sem meios financeiros mais equitativos, seja qual for o modelo, não se poderão esperar grandes mudanças quanto aos vencedores”, perspetiva Manuel Machado.
Curiosamente, na final de hoje, um dos participantes (PSG) precisou de ir ao play-off para jogar os oitavos de final. Foi 15.º classificado na fase de liga, enquanto o Inter ficou em quarto, com qualificação direta. O Liverpool, que venceu a fase regular, caiu nos oitavos de final, frente ao PSG, enquanto o Barcelona, o segundo melhor na primeira fase, foi afastado pelo Inter, nas meias-finais.
Antes do cair do pano desta época, falta conhecer o sucessor do Real Madrid. De um lado estará o Inter, sem portugueses, que espreita o quarto troféu de campeão europeu, após os êxitos de 1963/64, 1964/65 e 2009/10, este sob o comando de José Mourinho. Já para o PSG tenta chegar ao primeiro título, após vários anos de forte investimento. Os tetracampeões gauleses até aqui venceram uma Taça das Taças (1995/96) e uma Taça Intertoto (2001). A equipa tem um quarteto luso com forte influência: Vitinha, João Neves, Nuno Mendes e Gonçalo Ramos, a que se junta o jovem guarda-redes luso-francês Louis Mouquet, que integra a lista B das opções do PSG, ainda sem minutos na prova.