Petição contesta intenção de atribuir nome de Pelé ao Estádio Nacional de Cabo Verde
Cerca de 2.400 pessoas assinaram, em quatro dias, uma petição online contestando a intenção, anunciada pelo primeiro-ministro de Cabo Verde, de atribuir o nome de Pelé ao Estadio Nacional, na Praia.
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A petição, consultada hoje pela Lusa na plataforma "change.org", intitula-se "Não queremos o nome do nosso 'Estádio Nacional' como 'Estádio Pelé'" e surge na sequência do intenso debate na opinião pública e nas redes sociais em Cabo Verde desde o anúncio dessa intenção pelo chefe do Governo, Ulisses Correia e Silva, respondendo então ao desafio da FIFA de uma homenagem internacional ao antigo futebolista brasileiro, que morreu em 29 de dezembro.
"Se a FIFA recomenda que em todos os países deveria ser nomeado um estádio como 'Estádio Pelé', pois a FIFA que venha financiar um novo 'Estádio Pelé', aceitaremos de bom coração. Sem dúvidas que reconhecemos a grandeza do grande Pelé, mas este seria melhor homenageado pelo 'Santos' e pelo seu país", lê-se no texto da petição, que classifica a intenção do Governo de um "ato emotivo e imaturo".
O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, anunciou em 4 de janeiro a intenção de atribuir o nome de Pelé ao Estádio Nacional, localizado nos arredores da cidade da Praia.
O anúncio foi feito através de uma mensagem colocada na sua conta oficial na rede social Facebook que já originou um recorde de mais de 4.400 comentários na mesma, sobretudo críticos dessa intenção, por não ser uma figura cabo-verdiana, pela ausência de ligações entre o arquipélago e o antigo futebolista ou até pelo facto de o estádio não estar certificado pela FIFA para jogos internacionais devido ao estado da relva.
"Cabo Verde e Brasil têm uma história e cultura 'que andam de mãos dadas, considerando que são dois países irmãos, ligados pela língua e por identidades muito similares'", justificou na sua mensagem o primeiro-ministro, acrescentando que Pelé "foi e será uma referência" no Brasil, na lusofonia e no resto do mundo.
O executivo liderado por Ulisses Correia e Silva deu conta da intenção de renomear o recinto, construído pela China, inaugurado em 2014 e com uma capacidade para cerca de 15 mil espetadores, como "homenagem e reconhecimento" a Pelé.