Depois do título olímpico em Tóquio 2020, saltador português ficou atrás do espanhol Jordan Díaz Fortun. Desiludido com o Benfica e a falta de apoio, admite acabar carreira.
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Em pouco mais de 24 horas Portugal somou mais duas medalhas nos Jogos Olímpicos, que se juntam ao bronze de Patrícia Sampaio no judo. Depois do segundo lugar de Iúri Leitão na prova de omnium, ontem, no ciclismo de pista, Pedro Pablo Pichardo conquistou a prata no triplo salto e ficou a escassos três centímetros de revalidar o título olímpico que celebrou em Tóquio 2020.
O concurso, no Stade de France, ficou marcado pela chuva e se a meteorologia até pode ter impedido marcas acima dos 18 metros, a verdade é que não impediu uma prova absolutamente emocionante.
O espanhol Jordan Díaz Fortun abriu com 17,86 metros, marca que haveria de lhe valer o ouro olímpico, com Pedro Pichardo a responder na segunda tentativa com 17,84 metros, ficando a dois centímetros do rival - em caso de igualdade, Díaz tinha um segundo salto melhor -, diferença que ganha contornos ainda mais dramáticos tendo em conta que o português “desperdiçou” 19 centímetros na tábua de chamada.
Com uma regularidade impressionante e sempre mais perto da plasticina, Díaz Fortun ainda conseguiria fazer 17,85 e 17,84 metros - este último já nos três últimos saltos reservados aos oito primeiros -, enquanto Pichardo somou um nulo e fez 17,81 metros como segundo melhor registo. Fortun Díaz já nem sequer teve de fazer o último salto para confirmar o ouro, enquanto Andy Díaz Hernández deu o bronze a Itália, num pódio constituído por três atletas nascidos em Cuba.
“A pensar retirar-me”
Já depois de festejar a medalha de prata no Stade de France com uma bandeira portuguesa gigante nos ombros, Pedro Pichardo deixou em aberto a possibilidade de se retirar, mas não por causa do resultado em Paris 2024.
“Estou feliz. Queria ganhar, hoje não foi dia da vitória, mas saio com boas sensações. Foi uma competição boa, da próxima será melhor”, começou por dizer à RTP, antes de admitir que não atravessa um bom momento, seja na relação com o clube que representa, o Benfica, seja pela alegada falta de apoio aos atletas olímpicos.
“Estou um pouco desmotivado. Muitos problemas com o clube, falta de apoio das instituições, do Governo. Estava a pensar retirar-me depois de hoje. A minha família tem falado para continuar, mas ainda não sei. O que está na minha cabeça é ficar por aqui já”, anunciou.