Pinto da Costa: “Academia não é trunfo eleitoral, é trunfo para o F. C. Porto”
Na apresentação da academia que nascerá na Maia, presidente do F. C. Porto não esquece as críticas de André Villas-Boas, principal adversário nas eleições de 27 de abril.
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Pinto da Costa disse, esta quarta-feira, que a Academia F. C. Porto, apresentada na Tribuna VIP do Estádio do Dragão, “é um sonho de há muitos anos”, reafirmando críticas à postura de André Villas-Boas quanto à obra em questão.
“Bem-vindos a esta maravilhosa utopia e a este maravilhoso chorrilho de mentiras... Está à vossa frente e a encanta-nos a todos. Há quatro anos, no início do mandato, prometi que ia fazer uma academia. Esta academia é um sonho de há muitos anos. Para se apresentar isto, é óbvio que é preciso tempo. É ridículo quando se diz que isto devia ser adiado e que isto é um trunfo eleitoral. Não. É um trunfo para o F. C. Porto ser cada vez melhor”, indicou o presidente portista, quando subiu ao palco em que foi apresentado o projeto.
“Temos assistido a uma campanha em que se diz mal de tudo. Há quatro ou cinco meses, eu deixava um legado fantástico, até ao dia em que resolvi recandidatar-me, a partir daí ficou tudo mal. Os títulos já não existem, este estádio não foi feito… Mas nós vamos continuar e eu continuo com a mesma vontade de há 42 anos de servir o F. C. Porto. Para mim, 2566 títulos é pouco, temos que ganhar mais, cada vez mais. E para isso este projeto é fundamental”, acrescentou.
"Li há dias que devíamos parar isto até depois das eleições. É absurdo e inacreditável. A ser assim, em janeiro não podíamos ter contratado o Otávio, nem renovado por mais cinco anos com o Galeno, que ontem se estreou na seleção do Brasil, porque quem viesse podia não gostar dele. A vida do F. C. Porto não pára e tem de ser levada a sério e com paixão", afirmou ainda Pinto da Costa.
O dirigente também deixou palavras de agradecimento ao arquiteto Manuel Salgado, que se dedicou ao preojeto "de coração", ao empresário Gaspar Borges e a Fernando Gomes, administrador da SAD portista, que está de saída do cargo.
“Fernando Gomes comunicou-me há cerca de um ano que não podia continuar com as responsabilidades que tinha e fiquei preocupado porque tínhamos grandes dificuldades e também este projeto, mas ele disse-me e prometeu-me que continuaria a ter o mesmo entusiasmo que sempre teve nos dez anos que colaborou comigo. Foi o dirigente, nestes meus 42 anos [de presidência], que depois de ter decidido que não continuava mais fez e trabalhou pelo F. C. Porto. Agora que vai terminar funções, tenho a certeza de que vai ficar sempre ligado a nós. O mais importante é a amizade que nos une há dezenas de anos. Será sempre para mim uma referência e estar-lhe-ei eternamente grato", salientou Pinto da Costa.
"Conheço Gaspar Borges há dezenas de anos. Quando precisamos de alguém que connosco colaborasse, pôs-se à disposição para que isto avançasse. Até há três semanas, sempre tratamos tudo de boca como fazem os homens de palavra. Depois tivemos de traduzir em papel tudo aquilo que combinámos porque apareceu alguém a dizer que os contratos se rasgam. Perante esse perigo e essa ameaça, tivemos de pôr tudo escrito para não termos desvios nem atrasos neste projeto. Muito obrigado, você sabe a importância que teve neste projeto", afirmou, referindo-se ao responsável da construtora ABB, a quem já foi adjudicada a primeira empreitada da obra, no valor de 6,89 milhões de euros.

