No dia em que se completam 35 anos desde a partida do Mestre, esta terça-feira, o presidente do F. C. Porto homenageou, no museu do clube, a vida do homem que, entre outras coisas, foi "um paladino da verdade e da luta contra o centralismo da capital". Em suma, "uma voz que faz falta, porque se esse centralismo era enorme, hoje não é menor".
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E será que Sérgio Conceição, o atual treinador portista, incorpora esses valores demonstrados por José Maria Pedroto? Pinto da Costa respondeu a pronto: "Sim. Totalmente. Penso que nunca tivemos um treinador, e eu convivo e convivi quase diariamente com todos eles, com um espírito mais parecido com o que tinha Pedroto do que Sérgio Conceição".
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Ainda nas palavras de Pinto da Costa, o "Zé do Boné" também foi "um homem de coragem, que teve frases que ainda hoje são transcritas muitas vezes, como aquela do roubo de igreja". "Quando íamos a Lisboa eram roubos de igreja. Se fosse hoje, com a liberdade que temos, apanhava no mínimo 90 dias de suspensão, mas hoje somos um país livre e democrático, portanto compreende-se que seja assim. Agora, ele foi realmente um paladino da verdade, da luta contra o centralismo da capital e, ainda hoje, homens como ele, com essa voz fazem falta, porque se esse centralismo era enorme, hoje não é menor", afirmou.
Com Pedroto, prosseguiu o presidente do clube azul e branco, "o F. C. Porto conheceu uma nova fase, uma nova vida, uma nova mentalidade que ainda hoje perdura". "É uma pessoa sempre recordada, está sempre no nosso pensamento e está na nossa história, a história do F. C. Porto", sublinhou.
Pinto da Costa não quis foi falar de arbitragem e, perante a pergunta sobre esse tema, defendeu-se assim: "Você queria era que eu apanhasse 90 dias". Sobre o recente triunfo em Alvalade também imperou um silêncio justificado. "Não quero falar desse jogo, estamos aqui para evocar a memória de José Maria Pedroto e qualquer coisa que dissesse sobre o que se passou na véspera poderia desvirtuar, desviar as atenções. Estamos a homenagear uma pessoa que há 35 anos nos deixou, mas que se mantém vivo na memória e no coração de toda a gente", concluiu.