Pinto da Costa, presidente do F. C. Porto, recordou esta quinta-feira Reinaldo Teles como um homem que "tinha um coração enorme e era um campeão", reagindo pela primeira vez à morte do amigo no editorial da revista Dragões.
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A maldita pandemia que deu a volta às nossas vidas em 2020 levou-nos o nosso querido Reinaldo Teles
O dirigente máximo dos dragões lamentou a "perda incalculável" e recordou o percurso do companheiro na liderança do clube. "A maldita pandemia que deu a volta às nossas vidas em 2020 levou-nos o nosso querido Reinaldo Teles. É uma perda incalculável para a família, para mim e para o F. C. Porto. Conheci o Reinaldo há mais de 50 anos, quando ele era atleta de boxe e eu era responsável pela secção e, já nessa altura, eram evidentes as características que todo o mundo do desporto viria a reconhecer nas décadas seguintes: era forte, competente, abnegado, leal e apaixonado pelo clube. Tinha um coração enorme e era um campeão", começou por escrever.
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Pinto da Costa lembrou a altura em que começou a trabalhar com Reinaldo Teles na direção, admitindo que essa foi "uma das melhores decisões" que tomou: "Logo nos primeiros anos da minha presidência do F. C. Porto, em 1984, não hesitei em chamar o Reinaldo para colaborar com a direção, e o trabalho que ele desenvolveu desde essa altura até este ano, nas mais diversas funções e sobretudo no departamento de futebol, veio confirmar que essa foi uma das melhores decisões que eu alguma vez tomei".
E prosseguiu: "A história do F. C. Porto, felizmente, está repleta de figuras eminentes, desde os fundadores e impulsionadores como António Nicolau de Almeida e José Monteiro da Costa até presidentes da craveira do Dr. Cesário Bonito e do Sr. Afonso Pinto de Magalhães e dirigentes como Pôncio Monteiro, Teles Roxo e Armando Pimentel, entre muitos outros. Considero que o Reinaldo Teles conquistou há muitos anos o direito a figurar nessa galeria de ilustres. E a recordação do seu exemplo, da sua dedicação e do amor que colocava em tudo o que fazia ao serviço deste clube continuarão a ser, para mim e para todos os que tentam tornar o F. C. Porto cada vez maior, um estímulo inexcedível".
O presidente portista lembrou ainda o triunfo dos azuis e brancos em Marselha, a contar para a fase de grupos da Liga dos Campeões, e que aconteceu no dia da morte de Reinaldo Teles, a 25 de novembro.
Com o Sérgio Conceição como treinador esta já é a terceira qualificação
"A morte de Reinaldo Teles aconteceu num dia em que ele, se pudesse estar presente, teria sentido uma grande alegria. A 25 de novembro vencemos em Marselha, num dos estádios mais complicados da Europa, e menos de uma semana depois, no Dragão, confirmámos o apuramento para os oitavos de final da Liga dos Campeões", concluiu.
Pinto da Costa revelou o orgulho no apuramento do F. C. Porto para os oitavos de final da Champions, lembrando como é complicado consegui-lo.
"É muito difícil estar constantemente a disputar as fases mais adiantadas de uma competição tão dura, mas o F. C. Porto tem-no conseguido muitas vezes, e com o Sérgio Conceição como treinador esta já é a terceira qualificação. O mérito da equipa e de todos os que a constituem é inquestionável. E o orgulho que o F. C. Porto deve representar para Portugal também. Uma vez mais foi o futebol, tão desprezado por quem nos governa, a colocar o nome do país no topo do mundo. Apesar das dificuldades que cada vez mais nos impõem, continuaremos a tentar levar ainda mais longe esta história tão bonita", concluiu o presidente.