O presidente do F. C. Porto e candidato às eleições de 27 de abril esteve, esta sexta-feira, na Fundação de Serralves, onde foi apresentado o documentário "Senhor Presidente, o campeonato de uma vida". O líder dos dragões respondeu a uma declaração que André Villas-Boas fez para a série da Amazon Prime.
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O evento serviu para mostrar um resumo de cerca de 45 minutos da mini-série de três episódios, que relata parte das conquistas de Pinto da Costa ao longo dos 42 anos que leva como presidente, e contou com a presença do antigo presidente da República, Ramalho Eanes, para além do ministro da Saúde, Manuel Pizarro, João Soares, Valentim Loureiro, António Salvador, Jorge Mendes, António Oliveira e Vítor Baía, entre outras personalidades.
O presidente portista foi, depois do evento, confrontado com a participação de André Villas-Boas no documentário, em que o antigo treinador e também candidato às eleições recorda a relação muito boa que tinha com Pinto da Costa e relembra que até escreveu uma carta ao líder portista. "Como nunca escrevi ao meu pai", disse Villas-Boas na série da Amazon.
Questionado sobre o que mudou na relação entre ambos, o presidente do F. C. Porto foi direto: "Mudou ele. Se alguém mudou foi ele. Não me surpreende. Só me surpreende se, um dia, a minha cadela me ferrar", disse, antes de ser confrontado com o reparo que faria a este "filho". "Vai chamar pai a outro", respondeu Pinto da Costa.
"Francisco? Queremos continuar com ele"
Sobre a continuidade à frente dos destinos do clube, uma certeza absoluta: " Para já, tenho muito que fazer e ainda hoje. Vou ter de ir trabalhar para o clube. Hoje não é dia de pensar em outras coisas, mas reconhecer quem participou neste documentário e que veio transmitir a sua amizade, aprecio e retribuo em dobro", referiu, antes de abordar a eliminação do F. C. Porto da Liga dos Campeões, no desempate por penáltis frente ao Arsenal.
"O Arsenal, que marca quatro e cinco golos por jogo, em 200 minutos só marcou um ao F. C. Porto, que merecia mais. A nossa postura foi elogiada no estrangeiro", destacou, antes de se referir à chamada de Galeno para a seleção brasileira e de Francisco Conceição à equipa das quinas.
"A seleção portuguesa perdeu um grande jogador [Galeno]. A seleção brasileira convocou-o, ele seria tolo se não aproveitasse a oportunidade. O Francisco? Natural. Tendo em conta aquilo que ele tem jogado seria uma injustiça não ter sido chamado. Está um grande jogador. Queremos continuar com ele", garantiu Pinto da Costa que se mostrou sensibilizado com a presença de tantos amigos no lançamento do documentário.
"É uma história de vida, em três episódios de 50 minutos. Isto começou há mais de um ano e já não me lembrava das pessoas que tinham participado. Fiquei extremamente sensibilizado com a vinda do presidente Ramalho Eanes, porque veio de propósito de Lisboa para estar aqui presente. Não contava. Os convites não foram feitos por mim. Ramalho Eanes fez questão de estar presente e adiou um compromisso. Numa pessoa como ele sensibilizou-me muito", destacou, antes de recordar todos aqueles que gostaria que também tivessem participado no "Senhor Presidente".
"Gostei de tudo. Gostei de ver a minha neta, eu a contar-lhe aquela história. Tive pena que algumas pessoas que eu gostava que tivessem participado nisso não o fizessem porque faleceram. Como o José António Pinto de Sousa, que estava apalavrado para falar. Recordei todos aqueles como o Pôncio Monteiro, Reinaldo Teles e Armando Pimentel, que tanto me ajudaram. Tive pena não os ter visto aqui com os outros", lamentou.