Pinto da Costa sobre acordo com Conceição: "Quando ele dá a palavra, não falha"
A dois dias das eleições para a presidência do clube, Pinto da Costa garantiu que Sérgio Conceição não vai ganhar “nem mais um euro”, em comparação com o último contrato, e vê na participação no Mundial de Clubes uma forma de compensar os milhões perdidos pela ausência dos dragões na próxima edição da Champions.
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Em entrevista ao “Porto Canal”, Pinto da Costa revelou que o acordo para a renovação do contrato de Sérgio Conceição estava “combinado há muito tempo”, desde a eliminatória com o Arsenal, para a Liga dos Campeões. “Fomos injustamente afastados. Disse-lhe que íamos fazer melhor para o ano e ele aceitou. Quando o Sérgio Conceição dá a palavra, pode vir o que vier, porque ele não falha”, disse.
O presidente portista, e candidato à reeleição para o cargo, sublinhou que “em relação à remuneração, (Sérgio Conceição) não recebe nem mais um euro do que neste contrato”, contando ainda um episódio ocorrido na época passada: “Num momento difícil do F. C. Porto, ele teve um contrato de 45 milhões para ir para a Arábia. Foi a Paris, quase o obrigaram a assinar, mas ele telefonou-me e disse que ficava no Porto. Para mim, isso tem um valor inestimável. Não deixei de ficar admirado com a atitude dele, porque era muito dinheiro”.
Sobre o timing para o anúncio do acordo, explicou: “Estamos a entrar numa fase importante, temos uma Taça de Portugal que queremos ganhar e, para a segurança de todos, era importante que os jogadores sentissem que o chefe que todos eles adoram continuasse ao serviço”.
Sobre a quebra de receita prevista para a próxima época, pela mais do que presumível ausência da Liga dos Campeões, Pinto da Costa lembrou que essa é uma “receita extraordinária”, que será coberta, em parte, pela participação dos dragões no Mundial de Clubes. “Vai faltar (essa verba)? Vai, mas vamos ter outra receita extraordinária. Vamos estar no Campeonato do Mundo de Clubes e vamos receber 50 milhões (de euros). Fazem falta, mas não é nenhuma catástrofe”, referiu.
Ainda sobre finanças, o dirigente garantiu que a sua candidatura tem "um projeto em que, em três anos, vai pôr o clube completamente sanado. É possível, pelo que me disseram". Sobre o negócio com o grupo Ithaka, válido por 25 anos, considerou-o "muito vantajoso o F. C. Porto".
"O Porto fez uma nova sociedade, em que tem 70%. O estudo que temos feito diz-nos que os 70% que vamos receber são mais do que os 100% que temos atualmente. E no fim dos 25 anos, a sociedade passa a ser toda a nossa. Não percebo onde se pode ver nisto um mau negócio. Tínhamos este contrato a ser negociado há dois anos. Ele vai melhorar extraordinariamente o estádio e vão-nos dar 65 milhões, que vão ser pagos em junho. Não estamos a tirar receitas a ninguém. Quem for eleito sabe que, em junho, vai ter 65 milhões de euros. E quem não quiser, pode devolver tudo e anular o contrato. Mas quero ver quem o vai anular, porque toda a gente reconhece que ele é excelente", atirou.
No que toca a um eventual incumprimento das regras do fair-play financeiro imposto pela UEFA, Pinto da Costa explicou que, "porque alguns empresários meteram ações em cima do período eleitoral, tivemos de desviar para eles dinheiro que era para outros pagamentos". "Tivemos um atraso de cerca de dez dias nos pagamentos. Comunicámos à UEFA que tínhamos esse atraso mas, no dia 31 de março, recebemos uma carta a dizer que estava tudo em ordem. Coima? Até este momento não recebemos nenhuma indicação sobre isso", completou.
As eleições dos órgãos sociais do F. C. Porto realizam-se no sábado, dia 27 de abril, entre as 9 e as 20 horas, no Estádio do Dragão.
Vão a votos as listas lideradas por Pinto da Costa (lista A), André Villas-Boas (B), antigo treinador da equipa de futebol, e Nuno Lobo (C), empresário e professor, para além de uma lista independente que concorre ao Conselho Superior, comandada por Miguel Brás da Cunha (D).
Pinto da Costa, há 42 anos na presidência do clube portista, garantiu que vai aceitar os seus resultados, independentemente de quem for o seu vencedor: "Obviamente. Como não hei de aceitar? Os sócios é que mandam". Ainda assim, não deixou de criticar algumas opções tomadas por listas rivais durante a campanha.
"O Luís André (Villas-Boas) tem uma mensagem que é difundida por telefone, e que muitos da minha lista já receberam, com a voz dele, a apelar ao voto na lista dele no dia 27. Quando viu que isso é ilegal, porque usou ilegalmente os dados pessoais (dos sócios), teve a lata de vir dizer que não tem nada a ver com isso. E quando põem nas redes sociais, como sendo eleitores meus, a fazer um apelo “Votem em Pinto da Costa, mas não basta meter a cruz, metam uma mensagem”, isso é inutilizar o voto. Não tornem o ato eleitoral numa palhaçada", pediu Pinto da Costa.