Pinto da Costa, presidente do F. C. Porto, discursou, esta quinta-feira, na gala dos Dragões de Ouro.
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"Depois de tudo o que aqui vivemos, do reviver a história do F. C. Porto é muito difícil falar. Não gosto nunca de escrever o que terei de dizer, gosto que seja o meu coração – com a confiança de ter aqui os médicos – a ditar o que me vai na alma", começou por dizer Pinto da Costa, presidente do F. C. Porto.
Passado: "O passado é glorioso, de 130 anos completados hoje. Quando a 28 de setembro de 1893 Nicolau de Almeida fundou o F. C. Porto teve a visão de um clube que haveria de ultrapassar as barreiras da cidade e as fronteiras do país. Por isso escolheu as cores azul e branco, que eram, então, as cores da bandeira de Portugal. Passado com milhares de vitórias, conquistas, taças, troféus e os mais variados objetos que enchem o nosso maravilhoso museu. Devemo-nos orgulhar do passado, criado, vivido e legado por centenas e milhares de dragões. Um clube sem memória é um clube sem alma e porque nós temos uma alma do tamanho do Mundo, permitam-me que evoque quatro nomes de quatro presidentes com quem tive a honra de colaborar: José Maria Nascimento Cordeiro (62-65), Cesário Bonito (65-67), Afonso Pinto Magalhães (67-72) e Américo de Sá (72-82)”.
Presente: "O presente está garantido com a pujança das nossas equipas, com o aumento sucessivo do número de adeptos e associados. Um pormenor: quando entrei para sócio do F. C. Porto recebi o nº 26636. No dia 14 de setembro nasceu-me o quinto neto, sou pentaavô, inscrevi-o como sócio e recebeu o número 127.220".
Premiados com os Dragões de Ouro: "O Rodrigo Mora é uma promessa e irá longe se continuar a ter os pés no chão. O Pepê basta ter ouvido as suas palavras para compreender a identificação que tem com o nosso clube. Jogador extraordinário, de uma polivalência invulgar, é uma garantia que o F. C. Porto tem um valor seguro para muitos mais triunfos. O Marcano não é só o atleta do Ano, é o exemplo do que é ser profissional e servir o clube cuja camisola veste, com dignidade, respeito e grande intensidade. Ficará na história por muitos anos como o defesa mais goleador. Tenho muita pena, e transmiti-lhe isso hoje, que não possa ter vindo hoje receber os aplausos. Estamos seguros e a contar para o ver, novamente, com a camisola do F. C. Porto, com o seu espírito de dragão. O Treinador do Ano, Ricardo Ares, quando assinamos contrato, tive a sensação que tínhamos acertado e isto depois de uma conversa de 20 minutos. Ao fim de 28 anos de jejum, deu-nos a vitória na Taça dos Campeões Europeus".
Futuro: Penso que será risonho. Duas palavras finais: uma para agradecer a presença de todos vós, sem exceção (cita Papa Francisco) e uma referência especial: num momento em que toda a gente vira as costas ao futebol, que se afasta dos clubes houve um dragão que, por coração e apesar de ocupar um cargo de especial relevância no Governo, não duvidou nem hesitou em estar connosco: doutor Manuel Pizarro, muito obrigado pela sua presença. O nosso treinador, pela primeira vez falhou: falhou a presença aqui, mas porque está em serviço do F. C. Porto, porque continua a lutar para conquistar o 11.º titulo para o nosso clube. Deixar-lhe a ele, equipa técnica e jogadores, uma palavra especial e o aplauso de todos vós para aquele grupo maravilhoso", concluiu Pinto da Costa.