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Em primeiro lugar, quero registar a extraordinária participação de Portugal neste Europeu. A seleção não foi brilhante, mas foi pragmática. Devo, sobretudo, destacar a vitória, porque a nossa participação já deve ser considerada uma grande vitória. É o êxito da união, que se sentiu em todo o grupo de trabalho, do presidente aos jogadores, passando pelo treinador e equipa técnica. Todos fizeram um trabalho sério e acreditaram sempre naquela velha máxima "unidos venceremos".
E, depois, devemos sublinhar a grande vitória de Fernando Santos, que colocou Cristiano Ronaldo, com todo o seu potencial, a pensar mais na equipa do que nele próprio. Esse foi o grande segredo do sucesso. Por isso, também Ronaldo brilhou nos momentos necessários.
Espero que Portugal vença e acredito que, com o nosso querer e espírito de equipa, podemos conseguir mais um grande triunfo para o nosso país, que tem no futebol uma importante bandeira de afirmação internacional.
Somos um pequeno país, no extremo ocidental da Europa, temos muitos problemas para resolver, mas este desempenho da seleção demonstra que unidos somos fortes, muito fortes, e agora só falta ganhar o jogo desta noite para conquistarmos o título, o que será o quinto troféu internacional que o futebol português consegue este século (os outros quatro foram orgulhosamente vencidos pelo F. C. Porto). Como diz Cristiano Ronaldo, sonhar é grátis e hoje temos de sonhar até ao início do jogo e desejar que no final possamos dar largas à alegria. Boa sorte rapazes, confiamos em todos vós.
Seria mais uma vitória para o futebol português, um prémio mais do justo para os nossos emigrantes, que tão importantes têm sido com o seu constante apoio às nossas cores. Esta é, ainda, uma boa ocasião para os políticos compreenderem que, afinal, o futebol é muito importante para a afirmação de um país e não pode ser visto, como tem sido pelos diversos governos, apenas como um bom cliente, que paga milhões em impostos e dá emprego a muitas dezenas de funcionários do Fisco.