Pinto da Costa visa Villas-Boas: "Nunca vim a uma AG falar com um papel à frente"
Reunião magna do clube azul e branco realizou-se na quarta-feira, no pavilhão Dragão Arena, para aprovação das contas do exercício de 2022/23. Este é o resumo de uma noite agitada para o F. C. Porto.
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É dada por concluída a AG do F. C. Porto, na qual foram aprovadas as contas do exercício de 2022/23 do F. C. Porto (2,4 milhões de euros de prejuízo no clube e 48,9 milhões de prejuízo em todo o grupo F. C. Porto), com 52,3% de votos a favor.
Na parte final, vários sócios tomaram a palavra e foram pedidos esclarecimentos sobre a futura Academia, que será edificada na Maia.
Na parte final da AG, sócios do F. C. Porto tomam a palavra, enquanto outros vão saindo do Dragão Arena. André Villas-Boas é criticado. "Ganhou tudo, mas foi pago para isso". "Ganhou em 2011, mas o presidente deu-lhe um grande adjunto, Vítor Pereira", foram algumas das frases ouvidas.
Eis o discurso de Pinto da Costa:
"Ficou hoje aqui demonstrado que o clube é dos sócios, dos que votam a favor, dos que se abstêm e dos que votam contra. O clube é dos sócios. Queria cumprimentar todos os que vieram aqui hoje. As televisões disseram que iam acompanhar esta assembleia ao segundo, mas não vão usar nada porque não têm nada com que denegrir o F. C. Porto".
"Há uma coisa que eu quero aqui dizer publicamente. Desde que aqui cheguei ao F. C. Porto como presidente e, em todas as alturas, o Fernando Madureira foi um guarda pretoriano do F. C. Porto. As nossas equipas beneficiaram desse amor ao F. C. Porto, do amor que sempre dava às nossas equipas. Obrigado Fernando Madureira.
"Henrique Ramos que, involuntariamente, participou na confusão da última assembeia-geral, veio dizer aqui o que pensa na maior liberdade. Aqueles que escrevem que o F. C. Porto é uma ditadura, não sei se queriam dizer dentadura, veio provar que todos podem dizer e criticar o que lhes vai na alma".
"Ao senhor associado Villas-Boas, quero dizer-lhe que pela primeira vez na sua vida de portista veio a uma assembleia geral. Veio para dizer mal, para propor a recusa das contas, sem pensar nos prejuízos que isso trazia para o F. C. Porto. Espero que reconsidere, que não venha ler papéis com números que lhe põem à frente. Que venha à assembleia geral dizer o que lhe vai na alma, não dizer o que lhe escrevem num papel para ele vir aqui dizer".
"O doutor Angelino Ferreira está muito preocupado com o futuro do F. C. Porto. Lembro-me e ele também que quando tive a ideia de avançar com o museu, ele disse que isso era um tufão que ia passar pelo F. C. Porto. Respondi que tufão só da telenovela que passava nessa altura".
"Eu não estou em campanha eleitoral. Tenho muito orgulho em ser presidente do F. C. Porto. Que pensemos todos que temos de estar à volta do F. C. Porto, juntos à volta da nossa equipa de futebol. Não é com ações destrutivas que se pode ajudar a equipa a conseguir um objetivo importante, como vamos ter no dia 13 de dezembro. Nós vamos vencer porque a nossa aposta do ponto de vista desportivo foi firme, consciente do que somos capazes de fazer. É isso que vamos conseguir. É nisso que vamos continuar a trabalhar para esse objetivo
Os sócios já votaram as contas da época passada e aprovaram os números apresentados.
Sócios: 819
Votos a favor: 434 (52,9%)
Votos contra: 187 (22,8%)
Abstenções: 198 (24,1%)
No final da votação, Pinto da Costa tomou a palavra.
O administrador financeiro da SAD do F. C. Porto voltou a usar a palavra, tendo respondido a André Villas-Boas.
"Em 2011, a equipa técnica e jogadores custavam 50 milhões de euros, metade da totalidade da receita do F. C. Porto. O esforço para ter uma equipa muito competitiva. De então para cá, apesar das dificuldades todas, o F. C. Porto ganhou seis ligas portuguesas e três taças de Portugal", afirmou Fernando Gomes.
A votação dos sócios foi no sentido de aprovar as contas do exercício de 2022/23 do F. C. Porto.
Já é conhecido o número oficial de sócios portistas que marcaram presença na Assembleia Geral desta noite: 819.
Os sócios do F. C. Porto estão agora a votar a aprovação ou rejeição das contas do F. C. Porto no exercício 2022/2023.
O voto é feito fila a fila, com os associados a levantarem-se para manifestar o voto. André Villas-Boas e Angelino Ferreira votaram contra.
Henrique Ramos, o associado portista que foi agredido na polémica Assembleia Geral Extraordinária de 13 de novembro, voltou a falar na reunião magna desta noite e criticou André Villas-Boas.
"Como é que em abril de 2020 votou a favor de Pinto da Costa quando o cenário não era melhor do que encontramos hoje em dia. Ou as contas em 2020 eram muito melhores, ou então se foi na Columbia, num workshop de uma semana que aprendeu a fazer a tabuada. O clube está a delapidar-se, como diz, mas é a primeira vez que vem a uma assembleia geral do F. C. Porto. Tenho ambições, temos todos, mas é preciso outra coisa, respeito pelo FC Porto, é preciso decência, unir as pessoas e apresentar mais alguma coisa", disse Henrique Ramos, que recebeu vários aplausos.
Nuno Lobo, candidato à presidência do F. C. Porto, tomou a palavra e começou por mostrar-se "eternamente grato" a Pinto da Costa, no que foi aplaudido pela asssembleia, antes de criticar a gestão dos últimos anos. Como prometera à entrada, Lobo manifestou-se contra a aprovação das contas e questionou algumas transferências para a equipa B. "Não entendo que numa empresa enorme, ano após ano, apresente estes resultados e as pessoas [da área financeira] continuem a ocupar os mesmos postos", visou.
André Villas-Boas já falou na Assembleia Geral do F. C. Porto e foi aplaudido quando foi chamado a falar. Eis as palavras do ex-treinador.
"Em 2011, a dívida financeira do F. C. Porto era de 98 milhões de euros. Doze anos depois, é de 311 milhões de euros e o passivo total de 499 milhões. Hoje, os capitais próprios são de 199 milhões negativos. Desde 2011, a administração do F. C. Porto recebeu mais de 27 milhões de euros em remuneração fixa e variável, sem considerarmos as sempre polémicas ajudas de custo, entre viaturas, combustíveis e cartões de crédito. A situação, como facilmente se constata, foi ultrapassada pelo tempo. Ao contrário de 2011, estamos profundamente afundados em dívidas, temos a maior parte das receitas futuras antecipadas e podemos estar em vias de conceder direitos de exploração comercial e respetivas receitas para os próximos 15 anos a uma empresa americana".
"Não existe visão, nem planeamento, nem um modelo de negócio sólido que garante a sustentatibilidade do F. C. Porto. Durante os últimos 12 anos, o passivo mais do que duplicou, o que é revelador da indiferença da atual administração para com a existência do F. C. Porto enquanto clube de associados. Já não vamos lá apenas com retoques na equipa diretiva que se avizinham ou recorrendo a meros retoques comunicacionais".
Pergunto à administração se seria capaz de hipotecar o futuro das vossas famílias à proporção e velocidade com que hipotecam o futuro do F. C. Porto. Não tenho outra alternativa que não seja manifestar a minha reprovação às contas aqui apresentadas, condicionando a aprovação das mesmas à devolução da remuneração variável recentemente recebida pela atual administração".
Esta última intervenção foi muito aplaudida no Dragão Arena.
"Quero deixar claro que não podem ser as diferenças que nos separam a fazer esquecer o amor que todos sentimos pelo F. C. Porto. Aí estamos e sempre estaremos todos juntos. Porque só há um F. C. Porto. Viva o F. C. Porto", acrescentou, antes de mais uma grande ovação.
O líder da claque "Super Dragões" tomou a palavra na AG e dirigiu-se a André Villas-Boas.
"O André citou coisas de 2011 e eu vou falar de uma citação dele ao Jornal de Notícias em fevereiro de 2019. Ele disse então que "enquanto o presidente [Pinto da Costa] for vivo, deve liderar o clube".
Após estas palavras, também se ouviram muitos aplausos no Dragão Arena.
"Depois de o nosso ex-treinador ter dito que se a administração abdicasse dos prémios não votaria contra estas contas, eu queria perguntar ao doutor Fernando Gomes se sem os prémios que receberam, as contas passavam de negativas a positivas. E não se esqueçam de uma coisa, todos juntos é muito difícil combater os inimigos, divididos será pior", acrescentou Fernando Madureira.
Fernando Gomes disse que "a atividade económica" do F. C. Porto está "cada vez mais forte" e que "foi por isso que uma grande empresa internacional decidiu fazer uma parceria com o clube", para a exploração comercial do Estádio do Dragão, que irá ajudar a melhorar a situação dos capitais próprios negativos da SAD. Fernando Gomes anunciou que a nova empresa irá adquirir uma fatia de 30% da Porto Comercial, mantendo-se os restantes 70% na posse dos dragões, nascendo igualmente uma nova empresa no universo portista.
~Explicou ainda que esta entrada de dinheiro, oriunda do parceiro norte-americano, é efetiva e não uma operação de adiantamento de receitas.
O administrador financeiro referiu-se também ao "aumento dos custos de pessoal", vincando que os mesmos se relacionaram sobretudo com prémios pagos ao plantel de futebol relativos ao título nacional conquistado em 2021/22.
No final da intervenção de Fernando Gomes, ouviram-se alguns aplausos.
Terminada a intervenção de Fernando Gomes, há alguns sócios inscritos para falar. André Villas-Boas é um deles. Angelino Ferreira também pediu a palavra, tal como Fernando Madureira e Nuno Lobo.
O presidente da Mesa da Assembleia Geral do F. C. Porto discursou e apelou ao respeito. "Não podemos ser humilhados. Que no final haja um vencedor, que seja o nosso F. C. Porto. Todos os sócios têm o mesmo direito a expressar-se. Que o façam com respeito. Aqui todos somos críticos e sempre o fomos e dissemos na AG o que nos vai na alma. ", afirmou Lourenço Pinto.
Fernando Gomes, administrador financeiro da SAD do FC Porto, é o primeiro a falar aos sócios. As contas relativas a 2022/23 são mostradas através de imagens que passam nos ecrãs gigantes do pavilhão.
Único candidato assumido às eleições do próximo ano, Nuno Lobo também está na Assembleia Geral. À entrada, disse que em princípio vai votar contra o Relatório e Contas que a Direção do clube vai apresentar esta noite. Mostrou-se otimista em relação aos trabalhos e convencido que não haverá incidentes.
"As minhas expectativas é que corra tudo bem, ao contrário do que aconteceu na última Assembleia Geral. Que haja democracia, liberdade de expressão. Contas? Provavalmente votarei contra, não subscrevo novamente estas contas do FC Porto, isto não é futuro. Talvez haja menos gente por causa do mau tempo, mas de certeza que não é receio dos sócios.
O presidente da Mesa da Assembleia Geral do F. C. Porto, Lourenço Pinto, já está sentado e preparado para dar início aos trabalhos. Estão cerca de 1000 sócios do F. C. Porto no Dragão Arena.
Os sócios portistas presentes aplaudem o golo do Inter de Milão na Luz, que põe o resultado em 3-3, ,depois de a equipa benfiquista ter estado a ganhar por 3-0.
A Direção do F. C. Porto já está no Dragão Arena, liderada pelo presidente Pinto da Costa. Vítor Baía e Fernando Gomes, vice-presidentes do clube, entraram logo a seguir. A Assembleia Geral deverá começar às 21.30 horas.
O líder dos "Super Dragões", principal claque de apoio ao F. C. Porto, também já está sentado no Dragão Arena. Recorde-se que, na véspera da Assembleia Geral, Fernando Madureira revelou que passou uma mensagem aos elementos da claque para terem um "comportamento diferente" da AG anterior. "Não se pode cometer os mesmos erros", afirmou, ao JN.
O Dragão Arena começa a ficar bem mais composto, cerca de 15 minutos depois das 21 horas, sem que a Assembleia Geral comece. Com a zona das cadeiras cheia, os sócios que continuam a entrar estão agora a sentar-se na bancada central do pavilhão. Já estarão perto de 800 pessoas presentes.
Já depois das 21 horas, ainda está a entrar gente no Dragão Arena e o início da Assembleia Geral encontra-se ligeiramente atrasado. A zona das cadeiras está agora mais bem composta, mas as bancadas continuam desertas.
A cerca de 20 minutos da hora marcada para o início da Assembleia-Geral, continua a não estar muita gente no Dragão Arena. Quem entra, senta-se nas cadeiras colocadas no centro do pavilhão. Não há pessoas sentadas nas bancadas. Um dos presentes é Angelino Ferreira, ex-administrador financeiro da SAD do F. C. Porto. André Villas-Boas está sentado numa das primeiras filas de cadeiras.
A cerca de 40 minutos do início dos trabalhos, não há ainda muita gente no Dragão Arena. A entrada no pavilhão faz-se de forma fluida e há muitos lugares de inscrição, onde é necessário mostrar o cartão de sócio do F. C. Porto para poder entrar. Há cadeiras instaladas no campo de jogo, ao contrário do que aconteceu na Assembleia Geral Extraordinária de há cerca de duas semanas, quando os sócios ocuparam grande parte das bancadas. Verifica-se a presença de muitos agentes de segurança privada no interior do recinto.
Os sócios do F. C. Porto começaram a entrar no pavilhão alguns minutos antes das 20 horas, que era o horário previsto para a abertura das portas. Confirma-se a presença de André Villas-Boas na Assembleia Geral. O ex-treinador e possível candidato à presidência do clube azul e branco já entrou no Dragão Arena, mas não prestou declarações à Comunicação Social presente no exterior do recinto.
Cerca de duas semanas depois da Assembleia Geral Extraordinária que ficou manchada por episódios de violência e acabou cancelada, os sócios do F. C. Porto voltam a ser chamados a discutir a realidade do clube esta quarta-feira, embora a ordem de trabalhos prevista seja diferente da assembleia anterior.
Esta Assembleia Geral (AG) decorrerá no pavilhão Dragão Arena por ter capacidade para receber mais pessoas (cerca de 2000). Na assembleia que acabou cancelada, o local teve de ser alterado duas vezes, depois de os responsáveis pela reunião terem percebido que não havia condições para efetuar os trabalhos, quer no auditório, primeiro, quer na tribuna presidencial, depois, devido à grande afluência de associados.
Desta vez, o que está em causa, acima de tudo, são as contas do F. C. Porto. Os associados presentes vão discutir e votar o relatório de gestão e das contas individuais do clube, referentes ao período compreendido entre 1 de julho de 2022 e 30 de junho de 2023. Haverá ainda meia hora para discutir “assuntos de interesse para o clube”.
A Direção liderada por Pinto da Costa vai apresentar um prejuízo operacional de 2,43 milhões de euros na época passada. Esse valor, juntamente com os números que englobam a SAD e as restantes empresas do universo portista, resulta num saldo negativo de 48,29 milhões.
Tendo em conta a contestação que a atual Direção tem sido alvo, algo que ficou bem visível na AG de dia 13, e o estado preocupante das finanças do clube, não está excluída a hipótese de o relatório e contas ser chumbado. Se tal acontecer, haverá nova assembleia.
A segurança em volta desta Assembleia Geral vai ser reforçada de maneira a evitar o que aconteceu no passado dia 13, mais novos episódios de violência e mais incidentes. Haverá mais segurança dentro do Dragão Arena e mais polícias nas imediações do Estádio do Dragão. O JN apurou que estarão mais agentes presentes, em comparação com a anterior assembleia, com o objetivo de montar um efetivo adequado, de modo a garantir a segurança e a ordem públicas. No entanto, a Polícia não estará dentro do pavilhão.
Desta vez, a revisão dos estatutos, o motivo pelo qual se marcou a assembleia anterior, que acabaria cancelada, não faz parte da ordem de trabalhos, pelo que não haverá qualquer votação nesse sentido, Ainda assim, é possível que o assunto seja abordado no tal período reservado a discutir “assuntos de interesse para o clube”.
Tal como na assembleia anterior, e apesar da muita chuva que cai na Invicta nesta quarta-feira, são esperadas centenas ou até milhares de sócios do F. C. Porto. André Villas-Boas, ex-treinador dos dragões e possível candidato à presidência do F. C. Porto, vai, ao que tudo indica, estar presente.