Pogba: "Não quero ter dinheiro, não quero jogar"

O internacional francês, inclusive campeão do Mundo em 2018, concedeu uma entrevista ao órgão de comunicação Al Jazeera, onde deixou bem presente o desagrado contra a violência que se tem vivido em França nos últimos tempos. Paul Pogba referiu-se diretamente ao caso de Nahel Merzouk, de 17 anos, assassinado por um agente da polícia durante o verão, pedindo justiça, em forma de respeito aos familiares.

“Não quero que a França exploda. Não quero ver todas as pessoas quebrando carros, lojas e coisas assim dos vizinhos, porque isso não ajuda. Mas o que ajudaria é a justiça”, iniciou, analisando não lhe parecer permitido "atirar em alguém desarmado, no coração, por não ter a carta de condução e fugir". "O polícia simplesmente parou de trabalhar na esquadra de onde é e pronto? Isso não está correto", acrescentou. 

O médio da Juventus, de 30 anos, abordou uma série de temas pesados, tal como ter estado sob a mira de uma arma, num processo em que foi vítima de tentativa de extorsão, o racismo e as dificuldades pelas quais um atleta de alta competição passa. 

"O futebol é bonito, mas é cruel. As pessoas podem esquecer-se de nós. Podes fazer algo incrível e no dia seguinte não és ninguém", comentou.

Quanto às críticas das quais tem sido constantemente alvo, Pogba está focado na resposta que pretende dar. “Eu quero fazê-los engolir as palavras. … Quero mostrar que não sou fraco. Podem falar mal de mim, mas nunca irei desistir”, proferiu. 

Por fim, Paul Pogba abordou a temática do dinheiro e como este pode corromper as pessoas. "O dinheiro muda as pessoas. Pode acabar com uma família ou criar uma guerra. Às vezes, ficava sozinho a pensar: 'Não quero ter dinheiro. Não quero jogar. Eu só quero estar com pessoas normais e que elas me amem pelo que sou, não pela fama, não pelo dinheiro.' Às vezes, é difícil", explicou.