Se os "bookmakers" dão apenas 7% de hipóteses a Portugal de ganhar o Mundial e apontam a Argentina como campeã, tal como a máquina de premonições da "EA Sports", a verdade é que a Imprensa inglesa avisa que não se deve menosprezar a seleção das quinas.
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Quem vai ganhar o Mundial 2022? Esta é a grande questão que todos procuram descodificar e, no caso dos "bookmakers", rentabilizar. Segundo as casas de apostas britânicas, Portugal reúne apenas 7% de hipóteses de ganhar e as melhores "odds" pagam 14/1. À frente dos portugueses, os apostadores colocam Brasil, com 21% de hipóteses, seguindo-se Argentina (15%), França (13%), Inglaterra e Espanha (11%), Alemanha (9%) e Holanda e Portugal com os mesmos 7 por cento.
Um artigo de "The Telegraph" da semana passada descrevia a seleção das Quinas como uma equipa da qual se deve desconfiar, baseado no facto da seleção ter vencido o europeu em 2016 e de poder, eventualmente, apanhar a Bélgica - seleção vista sem o mesmo brilho de tempos recentes - nos oitavos de final e de, com isso, poder embalar para a final. Por outras palavras, Portugal é visto como tendo uma seleção de excelência, que não tem dado nas vistas, mas que tem todas as condições para ganhar. Fica o aviso.
Mas há mais, uma das referências no que diz respeito a premonições nas grandes competições é a "EA Sports predictions" que aponta a Argentina como vencedora de uma final do Mundial contra o Brasil. Para os mais céticos, importa desde já lembrar que a "EA Sports predictions" acertou no vencedor nos mundiais de 2010, 2014 e 2018. A previsão baseia-se na "Hypermotion technology", que conjuga inteligência artificial com captura de movimentos coletivos, características individuais e "machine Learning", para calcular qual das seleções reúne as melhores hipóteses de ganhar.
Dito isto, e para além dos que procuram respostas nas estrelas, não falta quem procure pistas, ou coincidências, para chegar a conclusões. Uma vez mais, cavalgar a "onda dos Simpsons" conduz a inúmeras premonições que envolvem o futebol, a exemplo de um Brasil-Alemanha, do Mundial 2014, apitado por Homer Simpson, quatro meses antes, que terminou com a derrota dos brasileiros por 2-0 - longe dos 7-1 real, a favor dos germânicos. Ainda no mesmo mundial dos Simpsons, o camisola 10 do Brasil "el Divo" lesiona-se e sai em maca, exatamente como aconteceu, mais tarde, a Neymar contra a Colômbia. Ainda em 2014, no 16º episódio da 25ª temporada, a família amarela previu o escândalo que envolveu vários dirigentes da FIFA e culminou com a detenção de Joseph Blatter. Um ano depois, o antigo presidente daquele organismo era apontado como estando envolvido em esquemas de lavagem de dinheiro e corrupção, história que ainda hoje faz correr muita tinta.
Na Internet não faltam teorias mais ou menos "simpsonianas" que apontam a uma final México-Portugal, que a dura realidade da competição traduz num percurso épico para as duas seleções lá chegarem. No caso do México, ultrapassada a fase de grupos, adversários como França, Inglaterra ou Bélgica seriam alguns dos obstáculos a transpor. Do lado de Portugal, vencer seleções como Brasil, Alemanha e Argentina garantiriam outras tantas páginas históricas escritas a letras douradas.
Longe dos sistemas de inteligência artificial desenvolvidos em 2018, para o Mundial da Rússia, pelas universidades técnicas de Dortmund e de Munique, que garantiam mais de 100 mil simulações para calcular o vencedor da competição, o que não têm faltado são animais com poderes místicos para alimentar todo o tipo de palpites. Quem não se lembra do célebre polvo Paul no Mundial 2010? Só nessa competição, o polvo previu corretamente todos os resultados da seleção alemã e apontou a Espanha como vencedor que veio a confirmar-se, depois de derrotar a Holanda na final.