O chefe de Missão de Portugal aos I Jogos Europeus, que têm início em Baku, Azerbaijão, esta sexta-feira, considerou "desagradável e surpreendente" o momento e a desistência da Holanda em organizar a próxima edição, em 2019.
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"É uma notícia desagradável e surpreendente. Eu, sendo português, nunca o faria neste momento, mas estou certo de que a Europa será muito mais forte do que isso e, depois de ter dado o primeiro passo neste projeto, não o vai deixar cair. Tenho a esperança de que um país honre o seu compromisso e o faça do princípio ao fim", disse.
Em causa está o anúncio, na quarta-feira, da desistência da Holanda em organizar a segunda edição, com o governo a preferir investir a prevista ajuda de 58 milhões de euros em outros eventos desportivos, revelando que a ausência de garantias de participação de atletas de topo também ajudou à decisão.
"É algo que os comités olímpicos europeus terão de resolver e deixo-lhes essa decisão. Espero que façam uma boa escolha, que ajude a valorizar o desporto não só na Europa mas no mundo", completou.
O facto de várias modalidades - atletismo, natação, ciclismo, triatlo e remo - terem anunciado um Europeu conjunto, em 2018, pode também ajudar a retirar interesse ao projeto dos Jogos Europeus, mas José Garcia espera que tal não aconteça.
O dirigente recorda que cada país organizador tem margem para definir os desportos em competição - "adaptado às suas infraestruturas" - pelo que várias das modalidades ausentes em Baku poderão integrar futuras edições.
"O facto de algumas modalidades não fazerem parte do programa de Baku pode ter causado algum descontentamento. Esperemos que esse descontentamento e o período que existe até à próxima edição seja suficiente para congregar mais força, mais união e que este evento que está em vias de ser criado se una aos Jogos Europeus e que nestes Jogos se comecem a realizar os respetivos Campeonatos da Europa de cada modalidade, sem dúvida seria o grande motor para este evento", desejou.
Em relação aos Jogos de Baku, que hoje começam, com a cerimónia de abertura, destaca as "infraestruturas de qualidade" e admitiu "algumas dificuldades nos transportes", mas confia em que tudo vai correr pelo melhor, "até porque há aqui gente com muita experiência, vinda da organização de Jogos Olímpicos".
Quanto ao desempenho de Portugal, reconhece que há "entre seis a oito modalidades com hipóteses efetivas de lugar pelas medalhas".
"Falar em números (de pódios) é impossível, porque dentro da própria modalidade pode haver mais do que uma medalha e é isso que se deseja", concluiu.