A seleção de Sub-18 inicia este sábado, em Matosinhos, a caminhada na Divisão B do Europeu, frente à Letónia. O objetivo está definido e espera-se o apoio do público para "subir à Divisão A". Em campo, e não descurando o coletivo, estará um jogador especial: Rúben Prey, destaque da FIBA e que poderá ser determinante.
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O Europeu da Divisão B de basquetebol masculino de Sub-18, em Matosinhos, arrancou na sexta-feira, mas a estreia da seleção portuguesa só se dará este sábado, frente à Letónia, num duelo que será fundamental para ir ao encontro do objetivo estabelecido pelo grupo: subir à Divisão A. Ricardo Brito Reis, assessor da Federação Portuguesa de Basquetebol, lembra que esta é uma meta "ambiciosa", tendo em conta que o sorteio da fase de grupos ditou o confronto com equipas muito complicadas. " Algumas delas são candidatas a ascender à Divisão A, mas Portugal se quiser subir tem de ganhar aos melhores e, assim sendo, tem aqui uma oportunidade para isso", vinca.
A caminhada será dura - além da já falada Letónia, terá pela frente Bulgária, Bélgica e Suíça -, todavia, o fator casa e o apoio do público poderá ser determinante para o ultrapassar desta barreira. "Matosinhos tem sido talismã para as seleções nacionais", refere Ricardo Brito Reis, revivendo apuramentos anteriores, entre os quais a conquista da Divisão B do Europeu de Sub-20 masculino, em 2019 - na equipa jogavam Neemias Queta e Rafael Lisboa -, para exemplificar a importância daquele público no "alavancar das seleções para grandes êxitos".
No entanto, se por um lado o apoio das bancadas será importante, não é menos verdade que as prestações dentro do campo terão que ser vividas com muita intensidade e incorporar, claro está, muita qualidade. Nesse sentido, há um nome a ter em conta e que a própria Federação Internacional de Basquetebol (FIBA) destacou num artigo: Rúben Prey.
Quem é Rúben Prey?
Estamos a falar de um jovem de 18 anos, que pertence aos quadros do Joventut de Badalona, de Espanha, e que mede (surpreenda-se) com dois metros e doze centímetros. "É um jogador com genes que ajudam, pois tem uma altura que não se treina, nem se compra", enfatiza Ricardo Brito Reis, definindo-o com alguém que "consegue ser bastante influente, quer na defesa, quer no ataque". "É interessante que sendo tão alto, e, ao mesmo tempo, móvel e ágil, consegue defender todas as posições. Pode defender um base na linha de três pontos, um extremo que tente jogar no um para um, ou até um poste no jogo interior. Essa versatilidade defensiva é talvez o maior cartão de visita do Rúben", descreve, destacando também as ferramentas ofensivas do jovem poste. "Ele tem uma finalização muito boa nas zonas próximas ao cesto", explica, assinalando ainda destreza no tiro exterior: "É capaz de lançar de três, embora as percentagens não sejam elevadas. No entanto, não se esconde e se tiver um tiro aberto ele vai lançar".
Já Fernando Lemos, treinador de Rúben na seleção distrital de sub-12 de Lisboa e nos sub-14 de Queluz, fala de um "miúdo muito focado e com muita vontade de trabalho". "Já se notava, na altura, que não tinha medo de arriscar e ir à luta. Já tinha essas caraterísticas bastante vincadas", reitera, lembrando que em miúdo "já era o jogador mais promissor da geração dele em Portugal".
O próximo português a atingir os quadros da NBA?
Destaque em vários artigos de especialistas e com prestações muito sólidas, quer pela seleção nacional quer pelos sub-18 do Joventut e do Prat (clube ao qual esteve emprestado), Rúben Prey surge como um forte candidato a ser escolhido no Draft da NBA de 2024. "O Rúben será elegível para o draft de 2024, portanto, neste momento, já começam os analistas a fazer as primeiras projeções, sendo que alguns colocam-no, inclusive, a ser escolhido na primeira ronda", diz Ricardo Brito Reis, advertindo, no entanto, que para tal, seja qual for o destino na próxima época, o mais importante será "jogar numa liga que seja visível". "Ele tem é de aparecer, para se mostrar, e os analistas começarem a fazer artigos", assinala.
Já Fernando Lemos, de forma comedida, fala de passos que terão de ser dados com muita calma. "O Rúben está num clube que é muito bem estruturado, com um plano muito bem pensado para ele. Eu sei que o Joventut de Badalona tem como objetivo torná-lo num jogador de ACB (Liga Espanhola de Basquetebol)", afirma, não pondo com isto em causa as capacidades do antigo pupilo. "No entanto, surpresa para mim não será atingir outros voos, porque sei bem o que ele vale e a seriedade com que encara os desafios, mas tem de ser um processo paulatino", remata.