Portugal procura segunda vitória: pede-se banho aos turcos para afastar fantasmas

A estreia com a Chéquia foi muito tremida, mas vitoriosa, e o segundo jogo no Euro 2024 traz a Portugal um desafio que, em teoria, é mais exigente. A Turquia também vem de um triunfo, sobre a Geórgia (3-1), e tem uma seleção tecnicamente superior à checa, mas, para fazer jus ao favoritismo no Grupo F e alinhavar desde já a passagem aos oitavos de final, sem recorrer à indesejada máquina calculadora, a equipa das quinas só precisa de voltar a ganhar.

Nos duelos entre os dois países em fases finais, o histórico joga a favor de Portugal, que derrotou os turcos no Euro 96 (1-0, golo de Fernando Couto), no Euro 2000 (2-0, bis de Nuno Gomes) e no Euro 2008 (2-0, golos de Pepe e Raul Meireles), mas não é decerto com isso que Roberto Martínez conta para levar de novo a melhor desta vez.

Salvo de críticas pelo golo tardio de Francisco Conceição na primeira jornada, falta descobrir se o técnico espanhol vai mexer na estrutura que apresentou na estreia (jogar com três ou quatro defesas de início é a grande dúvida) e se haverá caras novas no onze português, sabendo-se que a Turquia não tem por hábito jogar de forma tão fechada como fez a Chéquia na passada terça-feira.

Haja ou não mudanças, parece certo que Martínez manterá os pesos-pesados da seleção lusa no relvado, esperando-se que Bruno Fernandes e Bernardo Silva, sobretudo estes, sejam capazes de elevar o nível exibicional, e que Cristiano Ronaldo encontre o caminho da baliza, depois de ter feito um jogo esforçado, mas sem golo, na noite em que se tornou o primeiro futebolista da história a participar em seis Europeus.

Ao contrário do que aconteceu em Leipzig, onde Portugal teve, no mínimo, tanto apoio nas bancadas como os checos, hoje o cenário será bem diferente no estádio do Borussia Dortmund. O conhecido muro amarelo vai, desta vez, ser um inferno turco, criado pela imensa comunidade de cidadãos do país a viver na Alemanha, e nas bancadas estarão perto de 40 mil adeptos da Turquia, capazes de criar um ambiente de grande fervor.

Também por esse fator, pede-se um jogo mais inspirado da equipa das quinas, ciente de que um triunfo poderá permitir gerir o esforço de alguns jogadores na última jornada do grupo e, em princípio, evitar um adversário de topo nos “oitavos”, como a França ou a Espanha. Mesmo que Roberto Martínez tenha dito que neste momento só está a pensar nos jogos da primeira fase, esse é um dado que terá sempre de ser levado em conta. 

CR7 e Demiral jogaram juntos na Juventus

A seleção turca tem como grande estrela o jovem Arda Guler, do Real Madrid, mas há outros nomes bem conhecidos na equipa treinada pelo italiano Vincenzo Montella. Um deles é Kokçu, médio do Benfica, e outro é o central Demiral, que jogou em Portugal no Sporting B e depois rumou a Itália, onde foi colega de equipa de Ronaldo na Juventus.