Português relata tragédia na Indonésia: "As imagens de terror não me saem da cabeça"
Sérgio Silva, defesa do Arema, passou por momentos de pânico e admite que o cenário era de guerra.
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A Indonésia viveu ontem um dos episódios mais tristes da história do desporto. Mais de 120 pessoas morreram na sequência de uma invasão de campo e registaram-se mais de três centenas de feridos. Sérgio Silva é defesa do Arema, equipa da casa cujos adeptos invadiram o campo, e contou, ao JN, o cenário aterrador que viveu.
"Ficámos à beira de uma bancada a pedir desculpa aos adeptos e quando nos apercebemos da quantidade de pessoas a entrar em campo fomos para o balneário. Com a intervenção da polícia as pessoas começaram a fugir e entraram em pânico, foi aí que o caos começou", explicou.
"No balneário começámos a ouvir gritos e pessoas a correr e tivemos de colocar mesas na porta para não entrarem. Não sabíamos se elas nos queriam fazer mal ou não, mas estavam aflitas e em pânico por causa do gás lacrimogéneo. A fugir esmagaram-se e entraram em confrontos com a polícia", disse ao JN.
Sérgio Silva contou que a equipa do Arema ficou cerca de quatro horas no balneário à espera que a confusão passasse. "Quando saímos vimos um cenário aterrador e de destruição. Acabámos por ver pessoas magoadas, sapatilhas, carros da polícia queimados... não era um cenário de futebol mas sim de guerra", contou.
"Ontem não tínhamos perceção do que se passou, só hoje é que percebemos que tivemos a nossa vida em perigo e podia ter sobrado para nós a nível físico", relatou. O defesa contou que os jogadores foram encaminhados para casa acompanhados de segurança, mas o trauma psicológico ainda vai durar.
"Somos uns sortudos por passar ilesos. Mas as imagens de terror não nos saem da cabeça, vai ser difícil ultrapassar isto e voltar a um balneário ou a um estádio", concluiu.