Os etíopes Haile Haja Gemeda e Ehitu Kiros Reda venceram, este domingo, em Macau, respetivamente, as competições masculina e feminina da Maratona Internacional, uma prova que teve mais três quilómetros do que o habitual e uma vitória portuguesa na meia-maratona feminina.
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"À saída do Estádio em vez de cortarmos à direta fomos à esquerda porque o primeiro atleta enganou-se e fomos todos atrás e não havia ninguém a sinalizar o percurso", explicou à agência Lusa um dos atletas portugueses que participaram na prova.
A Maratona Internacional de Macau teve também este ano início às 5 horas (21 horas de sábado em Portugal continental), ainda durante a noite, o que "acabou por dificultar o regresso dos atletas ao percurso".
"Era de noite e ninguém quis arriscar e voltar para trás para seguir o percurso corretamente e por isso fomos em frente até nos orientarem, mas percebemos que havia um erro que nos terá feito percorrer mais quase três quilómetros", acrescentou o atleta português.
Apesar do erro do percurso, os atletas africanos voltaram a dominar a Maratona que não permitiu, no entanto, qualquer recorde.
Haile Haja Gemeda terminou a prova em 02:23.56 horas, seguido do queniano Dunca Cheruiyot Koech com 02:24.00 horas e do também etíope Gezahegn Alemayehu Abebe com 02:24.11 horas.
O primeiro português da maratona acabaria por ser Luís Silva, no 15.º lugar com o tempo de 02:37.45 horas, mais de 14 minutos depois do primeiro lugar cortar a meta.
Na prova feminina Ehitu Kiros Reda precisou de 02:50.10 horas para concluir o percurso seguida da sua compatriota Tsega Gelaw Reta que precisou de mais 54 segundos que a vencedora e da queniana Irene Kemunto com o tempo de 02:51.21 horas.
Na meia maratona masculina o queniano Silas Muturi Gichovi venceu com o tempo de 01:14.08 horas, seguido do moçambicano Flávio Seholhe com 01:14.55 horas e do queniano Peter Keter que gastou mais um segundo que o atleta lusófono.
O português Ângelo Pacheco terminou em sétimo com o tempo de 01:22.14 horas, seguido de Ilídio Vaz, de São Tomé e Príncipe com 01:22.57 horas, enquanto que o atleta de Macau Rogério Chiu, também português, não foi além do 17.º da geral com 01:28.34 horas.
Na prova feminina, a portuguesa Elisabete Lopes superou a queniana Alice Kabura por 21 segundo terminando com 01:27.55 horas, e a cabo-verdiana Crisolita Silva, que encerrou o pódio, mas muito longe das duas primeiras ao terminar com 01:34.33 horas.
No final da prova Elisabete Lopes manifestou-se "plenamente satisfeita" pela vitória em Macau e salientou o apoio da organização e o prazer que tem de correr em Macau.
"Estive cá uma vez em 2009 e fiquei em quinto na maratona e sempre disse que queria voltar. Vencer agora em Macau, uma terra que tem muito de Portugal deixa-me extremamente feliz", disse.
Em jeito de balanço, o técnico Carlos Santos, da Federação Portuguesa de Atletismo, manifestou-se satisfeito pelos resultados e garantiu que a cooperação entre Portugal e Macau ao nível do atletismo vai continuar.
"Veja-se, por exemplo, a maratona: nos primeiros 15 lugares, 13 são africanos, um é asiático - o chinês Xue Feng ficou em nono - e o primeiro europeu é o Luís Silva", disse para explicar o atual domínio africano nas provas da maratona em qualquer parte do mundo.