Craque português fez época de sonho no Manchester United em 2007/08 e ganhou a Messi na votação para o prestigiado prémio
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No dia 3 de dezembro de 2008, a primeira página do "Jornal de Notícias" dizia, em alusão à primeira Bola de Ouro ganha por Cristiano Ronaldo, atribuída na véspera pela revista "France Football", que "o melhor do Mundo" queria ser "ainda melhor". Os anos seguintes encarregar-se-iam de justificar a chamada de capa, pois Ronaldo viria a ser mais quatro vezes premiado como o melhor futebolista do planeta, em 2013, 2014, 2016 e 2017, no contexto de uma carreira sensacional, recheada de golos, de vitórias e de momentos gloriosos, que, passados quase 15 anos, ainda não chegou ao fim.
Voltando a 2008, o internacional português, na altura com 23 anos, brilhava com a camisola do Manchester United, que o contratara ao Sporting cinco anos antes, tendo sido peça fundamental na equipa que conquistara a Premier League e a Liga dos Campeões na época anterior, treinada pelo lendário Alex Ferguson. Na votação para a Bola de Ouro, como o JN sublinhava no início da dupla página dedicada ao tema, Ronaldo "arrasou a concorrência" e recebeu "446 pontos em 480 possíveis", tendo sido a "primeira opção" de 77 dos 96 jornalistas de todo o Mundo que o elegeram. No segundo lugar, a larga distância, ficou Lionel Messi, ainda a dar os primeiros passos no Barcelona, mas na altura já a posicionar-se como o grande rival do craque madeirense, que com ele haveria de dividir quase todos os principais prémios individuais do futebol mundial ao longo de década e meia.
Nas reações à conquista do prestigiado prémio, Ronaldo teve a tal frase que serviu de título ao JN para a primeira página. "Quero ser ainda melhor", disse o avançado, acrescentando: "Continuarei a ser o mesmo Cristiano de sempre. Vou trabalhar para estar bem no próximo jogo, para poder continuarconquistar troféus. É muito bom ganhar e quero continuar a fazê-lo nos próximos anos".
Em números, na época da primeira Bola de Ouro (2007/08), Cristiano Ronaldo marcou 46 golos em 61 jogos, 42 pelo Manchester United e quatro por Portugal. O relativo apagamento na fase final do Euro 2008, na qual não conseguiu ajudar a seleção lusa a passar dos quartos de final, eliminada aos pés da Alemanha, não chegou para ofuscar uma temporada de excelência em Inglaterra, onde ficaria até ao verão de 2009, ano da transferência milionária para o Real Madrid. As quatro Bolas de Ouro seguintes do português viriam todas a ser conquistadas durante os nove anos em que alinhou na equipa da capital espanhola.