Fernando Santos revelou, no final da final do Euro 2016, que teve de alterar a estratégia com a saída de Ronaldo e que Éder lhe disse, quando entrou, que ia fazer golo.
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Sobre lesão de Ronaldo: "É um jogador que a qualquer momento pode resolver um jogo. Ele foi fantástico. A vontade dele era tremenda, ele tentou duas vezes e não conseguiu. Mas depois foi tremendo aqui na cabine e no banco, foi um verdadeiro capitão na verdadeira aceção da palavra, mesmo não estando em campo. E por isso está de parabéns. Ele e toda a equipa"
"Tivemos de mudar de estratégia. Tínhamos uma estratégia montada, tivemos que a mudar obviamente, sempre acreditando que podíamos controlar o jogo de alguma forma. Tínhamos que criar uma condição de jogo diferente, acho que conseguimos e acho que foi com mérito próprio. Desta vez não digam outra vez que foi demérito dos adversários, já cansa um bocadinho"
Sobre a entrada de Éder: "Sempre pensei que este jogo podia ser muito importante para o Éder. Não esperava que o Cristiano estivesse fora e portanto isso mudou um bocadinho. A minha aposta foi manter o Nani na frente e colocando Quaresma à esquerda. Mas depois a meio da segunda parte entendi que Éder era o jogador que tinha de entrar, para segurar a bola na frente, tinha poder de choque. Quando eu o coloquei ele disse-me: "vou fazer o golo". E fez mesmo, está de parabéns"
Carta de agradecimento lida na conferência de imprensa:
"Quero deixar uma palavra ao especial ao presidente [Fernando Gomes] pela confiança que sempre depositou em mim. Não esqueço que comecei com um castigo de oito jogos, a toda a direção e aos que viveram comigo estes meses. Aos jogadores, quero dizer mais uma vez que tenho enorme orgulho em ter sido seu treinador a estes e aqueles que não estiveram presentes, também é deles esta vitória", começou por ler Fernando Santos.
O selecionador português continuou os agradecimentos, dirigidos à família, recordando a memória do seu pai.
"O meu desejo pessoal é ir para casa, dar um beijo do tamanho do mundo à minha mãe, mulher, filhos, ao meu neto, ao meu genro e minha nora e ao meu pai, que, junto de Deus, está seguramente a celebrar. A todos os amigos, um abraço muito apertado de obrigado pelo apoio, mas principalmente pela amizade", afirmou.
Conhecido pela sua fé, o líder da seleção reforçou essa convicção: " Por último, mas em primeiro, quero ir falar com o meu maior amigo e sua mãe, dedicar-lhe esta conquista e agradecer por me ter convocado e agradecer por me ter concedido o dom da sabedoria, da perseverança e humildade para guiar esta equipa, com ele a ter-me iluminado e guiado. Por tudo o que espero e desejo seja para glória de seu nome", concluiu.
Portugal sagrou-se hoje campeão da Europa de futebol, pela primeira vez na sua história, ao bater na final a anfitriã França por 1-0, após prolongamento, em encontro disputado no Stade de France, em Saint-Denis.