Carlos Queiroz considera que tem condições para continuar à frente da selecção, esperando que, no final, "aqueles que estão na origem de tanta informação enganosa sejam responsabilizados".
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O seleccionador, em entrevista à SIC, esta noite, dividiu o processo que levou à suspensão por um mês pelo Conselho de Disciplina (CD) e por seis, pela ADoP, em três fases: a da justiça por decreto, a da justiça desportiva e a da justiça governamental.
Esta última refere-se à que foi protagonizada pela ADoP, que o condenou em oposição à do CD. “Não vivo em clima de suspeitas ou de tramóia, mas é significativo que, enquanto o CD, com independência, me absolveu, reconhecendo que não houve transgressão das normas antidopagem, a ADoP me condenou”, referiu.
Lembrando que em 30 anos de carreira sempre colaborou com os controlos e que foi ele que o pediu para a selecção, lamentou a “forma pouco elegante” como manifestou a sua “frustração e impotência”, pela maneira como os elementos do ADoP fizeram o controlo. “Tentei que, na salvaguarda da preparação dos jogadores, o controlo fosse retardado por meia a uma hora, mas não prevaleceu o bom-senso”, explicou.
“Mas nunca interferi no desenrolar do controlo. Alex Ferguson disse-me que, em circunstâncias iguais, faria o mesmo”, sublinhou o técnico.
Sobre o caso com Amândio de Carvalho, referiu que a palavra “polvo” (podia ser “nuvem” ou “terramoto”) não tinha o sentido que lhe foi dado. Utilizou-a depois de saber que o vice federativo revelara, publicamente, que estaria de acordo com a sua suspensão.
Queiroz disse, ainda, que se fosse uma questão de dinheiro já tudo estaria resolvido: “A honra não se paga. Não admito sair com a dignidade manchada.”
Prometeu estar “de corpo e alma” com a selecção e deixou um voto de confiança à equipa técnica e aos jogadores, admitindo que ajudou a elaborar a carta de abandono de Simão e Paulo Ferreira.
