
Rafa cumpre a segunda temporada no emblema turco
Foto: Besiktas
A "Onsoccer", agência de Rafa, divulgou uma extensa nota de comunicado, na qual destacam que o internacional português não vai terminar a carreira e que foi feito o pedido para sair, contudo, sem o intuito de lesar qualquer das partes. "Não quer ouvir falar de propostas de outros clubes enquanto estiver sob contrato com o Besiktas", pode ler-se.
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A agência "Onsoccer" divulgou, este sábado, uma nota de comunicado com 21 pontos e assinada pelo CEO João Araújo, tendo como intuito esclarecer a mais recente polémica entre Rafa Silva e o Besiktas.
"Perante as inverdades que têm sido ditas pelos responsáveis do Besiktas e que atingem a honra e o profissionalismo do atleta Rafa Silva e também da sua agência de representação (Onsoccer), não posso de deixar de esclarecer a situação que atualmente se vive", começam por escrever, esclarecendo, de seguida, que o jogador encontra-se insatisfeito e "sente-se profundamente desiludido face às expetativas que lhe foram criadas relativamente ao projeto que aceitou integrar: lutar pelo título nacional e ter participações positivas nas provas europeias".
"A realidade, porém, não correspondeu ao projeto que foi apresentado ao jogador. As coisas até começaram da melhor forma (vitória na Supertaça, em 2024), mas rapidamente começaram a aparecer desvios face aos pressupostos que foram decisivos para Rafa Silva ter escolhido o Besiktas", acrescentam.
A missiva deixa claro, ainda, que a situação financeira nunca foi fator de decisão, que o jogador ficou insatisfeito com certas declarações do presidente, ao alegar passar mais tempo "com o seu próprio cão do que os colegas de equipas", e que "nunca considerou estar acima de ninguém". "Respeitou sempre a instituição em todos os contextos e momentos: treinos, estágios e jogos. Prática que, aliás, sempre cumpriu em todos os clubes que representou".
O respeito pela massa adepta também esteve em foco: "O atleta reconhece, e agradece, todo o apoio e carinho que sentiu por parte dos adeptos desde a primeira hora".
Já o fim de carreira não passou de um "desabafo". "Em reunião onde marcaram presença o presidente do clube, o diretor para o futebol e eu próprio, na qualidade de representante do jogador, Rafa chegou a admitir - em tom de desabafo - se não seria preferível encerrar a carreira do que prolongar a situação vivida. Não passou disso mesmo: de um desabafo. Para que não restem dúvidas, Rafa vai continuar a carreira e isso ficou imediatamente clarificado ainda no decorrer da própria reunião", destacam.
Numa nota extensa, a agência nega também qualquer ameaça da parte do jogador ou dos representantes e salienta que apenas prentenderam um caminho "que fosse ao encontro do interesse comum". "Por ter um contrato em vigor, Rafa e a sua agência reconhecem o óbvio: que é preciso um acordo entre ambas as partes (Rafa e Besiktas) para que a rescisão aconteça. E pretendem fazê-lo dentro de um quadro em que nenhuma das partes saia lesada".
"O fundamental, aqui chegados, é encontrar uma solução e é nisso que estamos empenhados, para o bem de todos. Factos: Rafa não vai terminar a carreira, não quer ouvir falar de propostas de outros clubes enquanto estiver sob contrato com o Besiktas e irá respeitar o clube até ao último dia", salientam, reforçando o respeito pelos adeptos e deixando claro o compromisso do jogador.
"O atleta está sempre pronto para cumprir todas as suas responsabilidades contratuais como jogador profissional enquanto o contrato estiver em vigor", completaram.
Presidente e treinador do Besiktas comentam a situação
Anteriormente, já Serdal Adali, presidente do Besiktas, tinha comentado o caso numa conferência de imprensa. "No Besiktas, os jogadores não podem ditar as próprias regras. Se um jogador quer sair, é o Besiktas que define as condições. A decisão final é nossa. O Rafa tem contrato. Ou ele retribui o carinho que lhe é dado e cumpre as suas obrigações ou entrega o contrato e sai. Se não aceitar, não poderá ir para lugar algum até ao fim do contrato", disse, ameaçando seguir com o caso para outras instâncias.
"Se necessário, pagamos-lhe e ele ficará aqui, mas ninguém pode sair só porque quer. Ninguém pode desrespeitar o Besiktas. Se necessário, avançaremos para a FIFA", atirou.
Serdal Adali, treinador dos turcos, também comentou o caso: "No meu primeiro dia no comando [técnico], fizemos reuniões individuais com os jogadores. A primeira reunião foi com o Rafa e alguns estrangeiros e ele disse-me que estava infeliz aqui. O Arroyo disse a mesma coisa. Então disse ao Rafa que podia ir. Resolvi o problema, pelo menos a curto prazo. Depois de um tempo, a questão voltou à tona. Quando a equipa não consegue a posição que queremos, ficamos enfraquecidos", referiu.
E acrescentou: "Um mês depois, liguei para o Rafa e tentámos retomar o controlo da situação. Mas, infelizmente, na semana do jogo contra o Kasimpasa, chegou a um ponto insustentável. O jogador declarou imediatamente que não iria treinar nem jogar. A situação ficou fora do meu controlo. Disse ao presidente que não tinha mais condições para resolver a questão. O Rafa é muito importante para nós e a porta ainda está aberta. Se quiser vir treinar, que venha e vamos utilizá-lo. Não acho que haja nenhum problema da parte do jogador, mas também cortou a comunicação connosco e está a enviar mensagens através do agente".

