Rafael Lopes precisou de vir a casa comer as rabanadas e o bolo-rei para dar valor ao clima que Chipre tem para lhe oferecer desde que se mudou para lá, há cerca de meio ano. "Já me tinham falado disso, mas apenas agora, quando fui a Portugal, é que comecei a dar valor ao clima daqui. Mesmo no inverno, as temperaturas rondam os 20 graus", revela o avançado português, em conversa com o JN.
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Foi só aos 26 anos que Rafael Lopes fez a "escolha difícil" de abraçar a primeira experiência no estrangeiro, mas aquilo que, em teoria, prometia complicações, pelo menos nos primeiros tempos, até saiu melhor do que a encomenda. "O tempo é espetacular, o grego não é um entrave porque toda a gente, também os mais velhos, fala inglês... Foi muito fácil adaptar-me", conta. E nem o facto de o Chipre viver agarrado às manias britânicas no que toca à condução obrigou a mais paciência. "Agora é que foi difícil adaptar-me a conduzir pela esquerda [risos]... No início, faz um bocadinho de confusão. Foi estranho, mas depois é tranquilo", acrescenta o futebolista que já passou por Académica. V. Setúbal e Chaves.
Rafael Lopes podia estar a viver na capital, mas preferiu Larnaca - "tem praia, é muito mais sossegada e só fica a 20 minutos de Nicósia", explica-se. Seja onde for, carne não lhe falta. "Tento evitar, mas mesmo assim como mais porco aqui do que comia em Portugal. Só que os preços são um bocadinho absurdos. Há carnes a custar 40 euros o quilo", desabafa.
Passe Curto
Nome Rafael Guimarães Lopes
Clube Omonia Nicósia
Idade 26 anos (28/07/1991)
Posição Avançado
"Aqui, sentimo-nos jogadores"
A frase saiu-lhe quase num sussurro, mas é elucidativa sobre a realidade que Rafael Lopes encontrou. Sim, é só o campeonato cipriota, mas... "Os adeptos são fantásticos, nem se compara com aquilo que se passa com a maioria dos clubes em Portugal. Estamos a falar de uma média de 11 mil pessoas no estádio, para além do ambiente que criam durante o jogo. Aqui, sentimo-nos jogadores", salienta o futebolista português, recordando o dérbi APOEL-Omonia, que "começou dez minutos depois da hora por causa dos petardos e dos fumos". Só que o fanatismo não tem só coisas boas. "Depois de um jogo, vi seguranças e dirigentes a bater no árbitro... Fiquei preocupado, mas disseram-me que era normal", atira, entre risos.